Depois de avançar em propostas ousadas nos últimos 20 anos, com metas para venda exclusiva de carros elétricos a partir de 2030 e corte pela metade no uso de pesticidas até 2035, a Europa agora começa a regredir em metas de sustentabilidade. A demanda por energia e alimentos, aumentada pela Guerra na Ucrânia, causa a revolta de produtores rurais e países são pressionados a retomar incentivos a matrizes energéticas poluidoras.

Confira a reportagem na íntegra:

“Temos um impacto muito grande, que afeta não apenas as formas de produção, mas também reforça a importância de mudarmos nossa matriz para fontes de energia sustentáveis e alternativas. Também há uma grande mudança no maquinário usado para utilizar esta energia. E ainda temos uma alteração na forma de consumo das pessoas”, explica Sergi Alegre, chefe de Projetos Europeus da Fundesplai.

Desde o fim de junho, produtores rurais realizam grandes protestos em países como Holanda, Alemanha, Itália, Polônia e Espanha contra as metas de redução das emissões de nitrogênio até 2030. Segundo os manifestantes, as medidas vão afetar o abastecimento, com queda de 30% na produção pecuária e redução do uso de fertilizantes.

Diante das reações, Sergi Alegre, que é membro do Partido Verde Europeu, aponta que a Europa decide dar um passo para trás nas metas de produção sustentável, com nova força para usinas nucleares e retomada do uso da queima de carvão mineral como fontes de energia.

“Países como Alemanha, Espanha, que conheço um pouco mais, estão voltando a usar o carvão como grande fonte de energia. Estão aumentando a vida das usinas nucleares e alguns países consideram até construir novas usinas nucleares”, aponta.

A expectativa, no entanto, é que o passo para trás, agora, sirva como impulso para a Europa se tornar autônoma na geração de energia a longo prazo, com avanço das produções eólica e solar.

“Acredito que esse seja um passo para trás para pegar impulso. Agora, temos um problema de horas, dias ou semanas, para termos energia. Ao mesmo tempo, a guerra tem demonstrado que a Europa tem que ser autônoma energeticamente. Ao máximo que conseguir”, espera Sergi Alegre.

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