A Universidade Federal de Goiás (UFG) começou 2024 sem dívidas do exercício anterior. A última vez que as contas fecharam sem déficit antes de 2023 foi em 2015, revelou o titular da Pró-Reitoria de Administração e Finanças (Proad), Robson Maia Geraldine.
“E esse orçamento de custeio em comparação a hoje seria o dobro do que a gente recebe. Deveríamos receber R$ 160 milhões ao invés de R$ 80 milhões”, disse. Geraldine afirmou que o orçamento de 2015 “era suficiente” para pagar as contas e realizar a manutenção da universidade.
Assim, portanto, a UFG passou alguns anos com déficit orçamentário e fechando os exercícios financeiros anuais com dívidas. A atual gestão assumiu a reitoria em 2022 e fechou o primeiro ano com déficit de R$ 12 milhões. Para os gestores da universidade, o motivo do sucesso está no planejamento interno e na ausência de cortes e contingenciamento de recursos para a educação superior em 2023.
“Houve a suplementação em 25% no orçamento de 2023 em relação a 2022. Aliado a isso, considero que conseguimos realizar uma gestão equilibrada, ajustando contratos e buscando utilizar novas tecnologias. Um bom exemplo foi o investimento em usinas fotovoltaicas, que em 2024 nos permitirá produzir metade da energia elétrica do que consumimos e já nos permitiu economizar 5 milhões de reais em 2023”, explicou Geraldine.
Investimento em infraestrutura
A atual gestão liderada pela reitora Angelita Pereira de Lima criou o Grupo de Trabalho de Infraestrura (GT Infra), presidido pelo vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho. Então, o grupo é uma espécie de comitê de organização financeira para investir na infraestrutura da universidade.
O GT Infra avalia os mais de 350 mil metros quadrados de área interna construída da UFG para analisar a demanda de obras de manutenção, com pedidos reprimidos de um período de até 10 anos. O trabalho do grupo observou que a UFG que seria necessário um orçamento de R$ 200 milhões para suprir a demanda.
Dentro desse escopo, o GT Infra aprovou 18 obras para o ano de 2024. Mas pesar do cenário animador, a universidade aponta desafios financeiros para os próximos anos. Nos últimos anos, por exemplo, o ensino superior passou por cortes de recursos que afetaram a manutenção de serviços básicos da UFG.
“Se o orçamento fosse recomposto e recebêssemos essa diferença [orçamentária em relação ao que era repassado em 2015] de aproximadamente R$ 80 milhões ao ano, em três anos nós teríamos mais do que o previsto para cuidar de toda a manutenção”, apontou o vice-reitor, Jesiel Freitas.
Expectativa de mais recursos
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacou que ainda há muitas demandas por conta da redução de recursos dos últimos anos. No entanto, fez questão de expressar contentamento com a atual situação da universidade.
“Fizemos bem a tarefa de casa, nos aliviou, mas não significa que foi o ideal. O ideal seria que tivéssemos recursos suficientes para fazermos todas as coisas que precisam ser feitas”, disse.
A universidade sofreu redução de 40% no orçamento entre o período de 2028 para 2021. Neste ano, então, segundo Angelita, a UFG deve receber R$ 82 milhões. Mas ela espera, além disso, que haja suplementação do orçamento da parte do governo federal.
E, ainda, que a universidade seja contemplada no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no eixo Educação (PAC da Educação) e num projeto de expansão.
Tema do Pauta 1
#3 | UFG: o cenário financeiro e a realidade após anos de cortes e contingenciamento
*Com informações da UFG
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.
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