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A luta para maior inserção de mulheres na política ganhou mais um reforço. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu, em maio desse ano, a aplicação de, no mínimo, 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e de tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV para as candidatas. A participação, ainda, tímida das mulheres é uma forma de lutar contra a estrutura machista na política.
A deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT) declarou seu total apoio a decisão do TSE. Segundo a parlamentar, é preciso lutar para que as mulheres estejam cada vez mais presentes nas esferas de poder, em cadeiras nos legislativos e no comando de partidos.“Eu fiz parte da luta pelos 30% do fundo partidário para mulheres, era uma reivindicação nossa porque isso torna acessível que mulheres façam campanha, já que o poder econômico é, infelizmente, um ponto decisivo para as campanhas eleitorais”, disse.
A parlamentar lamentou que as mulheres, embora maioria da população, não estejam sendo representadas dessa forma nos cargos políticos. Ela afirmou que as mulheres precisam ser protagonistas na política. “Estamos avançando nesse sentido, mas ainda falta muito por fazer. É preciso deixar para trás a nossa cultura machista de poder e dar lugar à mulheres no protagonismo das tomadas de decisão. Nós somos maioria da população, mas não é isso que vemos quando olhamos nos cargos políticos”, afirmou.
Accorsi ainda defendeu que o ideal é que o poder econômico não seja diferencial para o pleito de cargos políticos, mas que, atualmente, dar às mulheres parte do Fundo Especial de Financiamento de Campanha é primordial para que o avanço e o aumento de candidaturas femininas.
Outra parlamentar que comentou a decisão do TSE foi Lêda Borges (PSDB). Ela também se mostrou favorável a cota e afirmou ser uma forma de aumentar a igualdade de oportunidade de mulheres e homens na política. “Eu acho de extrema importância que 30% do Fundo seja destinado a mulheres isso faz com que haja uma igualdade de posição e facilite a entrada de mulheres na política”, falou.
A decisão que já entrou em vigor para a campanha eleitoral de 2018 tenta diminuir a superioridade numérica de candidaturas masculinas em relação às femininas, com o intuito de estimular a maior atividade política entre as mulheres. Já que elas são mais da metade da população do país, porém menos de 10% dos deputados da Câmara Federal.
Mulher, Política e História
A participação feminina efetiva na política só foi possível a partir do ano de 1932, quando lhes foi dado o direito ao voto. Entretanto, é importante destacar que, embora o voto, nessa época, fosse obrigatório para homens alfabetizados, para as mulheres ele era facultativo. Já em 1946, o voto passou a ser obrigatório para mulheres, exceto para as “que não exerciam atividades remuneradas”, o que compunha a maior parte dessa população.
Apenas 1965, no Código Eleitoral, os direitos e obrigações eleitorais foram igualados para homens e mulheres. A primeira eleição direta no Brasil foi realizada em 1894.
Além do voto, existe a história das mulheres que ocuparam cadeiras de poder. A primeira prefeita brasileira foi eleita em 1928 em Lages (RN). 1934 vê a primeira deputada federal mulher, Carlota de Queirós, e o Senado só veria suas primeiras parlamentares mulheres em 1990.
Em 1994, Roseana Sarney é a primeira mulher escolhida pelo voto popular para chefiar um estado, o Maranhão. Em 2011, a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, tomou posse. E, no Parlamento, foram eleitas as primeiras vice-presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.