Ao considerar o provável voto para o candidato bolsonarista na eleição à presidência da Câmara Federal, o deputado federal José Nelto (Podemos), avalia que o próximo comandante da Casa “não será peão do presidente” Jair Bolsonaro.
Para o parlamentar, seja o governista Arthur Lira (PP/AL) ou o aliado de Rodrigo Maia (DEM/RJ), Baleia Rossi (MDB/SP), o eleito na noite da próxima segunda-feira (01), em ambas as situações a Câmara continuará com independência em relação ao Palácio do Planalto.
A declaração foi dada por José Nelto em entrevista ao Sistema Sagres de Comunicação e antecipa o provável desconforto do parlamentar a partir da decisão do Partido Podemos de apoiar Lira em troca dos atendimentos de cargos e emendas no governo federal.
Nelto repetiu na entrevista as críticas diretas ao presidente Bolsonaro e ao governo como um todo, com destaque para os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Eduardo Pazuello. Pela postura de oposição, o desconforto será inevitável caso tenha de votar no candidato apoiado pelo Palácio.
A reunião para oficialização do apoio do Podemos a Arthur Lira está marcada para este domingo (31), mas já nesta sexta-feira (29) começaram a ser divulgados os motivos para a adesão ao projeto governista.
O próprio José Nelto está entre os parlamentares que receberam recursos extra do Ministério do Desenvolvimento Regional pelo apoio à candidatura de Lira. O goiano teria recebido R$ 23 milhões além das emendas impositivas.
Conselhos
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), teve sua primeira reunião com o ex-prefeito Iris Rezende (MDB) desde que tomou posse na capital. Ele foi ao escritório político de Iris, na Avenida T-9, em Goiânia, acompanhado dos secretários José Firmino (Particular) e do chefe de gabinete, Gustavo França. Iris afirmou ter “certeza de que (Rogério) fará uma grande gestão em nossa cidade”.

Exemplo
Já o prefeito afirmou que Iris é “exemplo de homem público” e que “muito inspira” para fazer uma gestão com justiça social e que melhore a vida das pessoas.
Antecipação
A nova mesa diretora da Assembleia Legislativa toma posse nesta segunda (1º), às 15h. Calma lá. Nem tão nova assim. O evento é mera formalidade, já que a eleição foi antecipada e aconteceu em outubro de 2019, com a reeleição de Lissauer Vieira para o cargo. Originalmente, a eleição interna aconteceria no fim de 2020, mas houve antecipação manobrada por Lissauer ainda no primeiro ano de mandato.
Ameaça
São poucos e bastante discretos os deputados que fazem oposição a Lissauer na Assembleia Legislativa. Mesmo assim, alguns chegam a considerar nos bastidores a avaliação jurídica sobre um possível questionamento judicial à reeleição do deputado do PSB. Tudo com base na decisão do STF, que no fim de 2020 impediu a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre nas presidências da Câmara e do Senado, respectivamente.

Impedimento
Outros deputados ouvidos pela Coluna avaliam que o questionamento seria válido, mas perde viabilidade quando se conclui que a decisão não pode retroagir no tempo para revisar fato ocorrido anteriormente.