De um total de 400 mil, o Aliança pelo Brasil conseguiu apenas 3% das assinaturas necessárias, para criação do partido. Assim, o presidente Bolsonaro já fala em plano B para eleições de 2020 e deputados bolsonaristas podem se reaproximar do PSL. O presidente do diretório do PSL em Goiás, deputado estadual Waldir Soares, confirmou à Sagres 730 nesta quarta-feira (29), que essa articulação já existe e se tornou mais efetiva após um telefonema de Bolsonaro ao presidente do partido, Luciano Bivar.

“Sem dúvida, a cerca de um mês, o presidente da república ligou para o presidente Luciano Bivar, foi um bate papo cortês, mas não tratou de alianças”, disse o Delegado Waldir. “Agora, que elegemos outro líder, o Francischini [deputado Felipe Francischini (PSL-PR)], o presidente da república procurou parabenizando ele pela assunção da liderança. Com isso, alguns parlamentares que tinham a pretensão de sair [do partido] não existe já em ano eleitoral, e refluíram dessa ideia”.

Delegado Waldir ressaltou que mesmo com o rompimento entre Bolsonaro e o PSL, o partido continuou votando 95% das pautas com o governo, mas que também votou contra outras, como a PEC do Fundeb. “O PSL tem semelhança com o que o presidente defende em 80%. Agora nós somos contrários ao extremismo. Ideias lunáticas de fechamento de Congresso, fechamento do STF, essa linha de atacar a imprensa, nós somos uma direita mais moderada. Mas o presidente aparece que virou paz e amor e por isso permitiu essa proximidade”, reforçou.

O clima entre Bolsonaro e o PSL ficou tenso no início de outubro do ano passado, quando Bolsonaro criticou o presidente do partido, Luciano Bivar (PE). O presidente decidiu deixar o partido, do qual era filiado desde março de 2018, para criar a nova legenda Aliança pelo Brasil. O deputado estadual, Waldir Soares, ressaltou que era “impossível” criar um partido, já que a tendência é reduzir o número de legendas.

“Se a gente voltar lá atrás, quando o presidente resolveu sair do PSL e houve aquele atrito entre os parlamentares de extrema direita e os parlamentares da direita do PSL, eu disse na época que era impossível montar [um partido] e que na verdade eles estavam vendendo terreno na lua, era estelionato, estavam mentindo para as pessoas”, relembrou. “Porque o que aconteceu, foi que nós aprovamos ao longo dos últimos anos na reforma eleitoral, a dificuldade de criar partidos, a tendência é reduzir de 30 para 7 ou 8 partidos. Então essa foi a linha tomada”.