O deputado federal Francisco Júnior (PSD) não faria hoje os elogios ao general Eduardo Pazuello registrados em seu relatório final da Comissão Especial Mista que analisou, até o fim de dezembro, as ações do Governo Federal em resposta às crises geradas pela pandemia de covid-19.
O parlamentar, que é da base do presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal, concedeu entrevista exclusiva ao Sistema Sagres e citou fatos novos, ao longo deste ano, que motivam a reanálise sobre a postura do agora ex-ministro da Saúde, principalmente a crise com falta de oxigênio em Manaus e a evidente incompetência no trabalho de efetivar a vacinação em massa.
“Até aquele momento, no meu relatório final, nós fizemos até alguns elogios ao ministro. Elogios que neste momento seriam retirados, porque realmente o grande problema era a expectativa da vacinação e hoje nós percebemos que houve uma demora por parte do governo em viabilizar a vacinação como deveria ser”, confirma. O deputado ainda afirma que o presidente admite os problemas, já que mudou sua postura em relação à gestão da pandemia ao longo da semana.
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“O próprio presidente, me parece, reconhece isso agora, com a declaração que ele fez na terça à noite (em pronunciamento) e com o resultado da reunião com os chefes dos poderes na quarta-feira. Eu tenho a expectativa que o novo ministro, Marcelo Queiroga, assuma com essa missão de viabilizar a vacinação em massa no mais curto prazo possível. Nós não podemos finalizar o primeiro semestre sem pelo menos 70% da população vacinada”, acredita o deputado.

Foro privilegiado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou que seja enviado à primeira instância o inquérito sobre a omissão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no enfrentamento da pandemia no Amazonas. A investigação tem como foco o colapso da saúde em Manaus, no início deste ano.
Justificativa
Lewandowski atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e as investigações continuam sob responsabilidade da Polícia Federal, mas coordenadas pela Procuradoria da República do Distrito Federal. Isso porque, ao ser exonerado do cargo na terça-feira (23), Pazuello perdeu o foro privilegiado.
Digo que fico
Decisão do desembargador Fausto Moreira Diniz, do Tribunal de Justiça de Goiás, suspende a realização de Assembleia Geral que destituiria a atual mesa diretora da Associação Goiana de Municípios (AGM). Assim, o ex-prefeito de Hidrolândia, Paulo Sérgio Rezende (PSDB), continua no comando da entidade, mesmo sem ter mandato.
Sem debate
Para o magistrado, o edital de convocação da Assembleia Geral parece ter “extravasado as raias de sua incumbência” e que a iniciativa de prefeitos que tentam derrubar Paulinho tem “ares de imperatividade e coercibilidade”. Ou seja, a mudança seria imposta, sem possibilidade de debate, na avaliação do desembargador. A decisão é liminar e os prefeitos liderados por Wilson Tavares (DEM), de Gameleira, vão recorrer.
Ajuda
Dados apurados pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) mostram que o Auxílio Emergencial do Governo Federal foi a única fonte de renda de 181,3 mil pessoas em Goiás, entre os meses de maio e novembro do ano passado.
Percentual
O estudo “População Vulnerável com o fim do Auxílio Emergencial em Goiás” analisou dados referentes aos meses de maio a novembro de 2020. Do total de domicílios goianos, 39,9% receberam o benefício em maio e 43,1%, em novembro.
Compra própria
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), ex-deputado federal Sandro Mabel, entregou ofício ao secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, com proposta para aquisição de 5 milhões de doses da vacina Coronavac. Segundo Mabel, a carga está disponível na China para pronta-entrega e poderia ser importada em até 30 dias.

Formalidade
A FIEG busca alternativas à escassez de vacinas no Brasil, diante da lentidão das compras pelo governo federal. Mabel aponta que teve foco nos grandes centros produtores de vacina que o lote de 5 milhões seria vendido pela empresa chinesa Fosun Pharma. Para fechar a compra, o Governo de Goiás deve enviar carta de intenção à Diretoria Executiva da empresa. Depois disso, há ainda aprovação de venda, liberação do governo chinês, preparação e translado da carga, até a chegada em Goiás.