Já faz meses que o Brasil vem lidando com as queimadas, porém, considerando o período mais expressivo para o país como um todo, os meses de agosto e setembro têm sido os piores. Dez municípios das regiões Norte e Centro-Oeste respondem por mais de 20% desses incêndios que têm destruído florestas, plantações e aniquilado espécies nativas.

Conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) das dez cidades com mais focos de incêndio, nove fazem parte da Amazônia e dessas, sete são as que mais sofreram com desmatamento em 2023. Os municípios de Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia são responsáveis por 39.247 pontos de incêndio dos 190.943 focos registrados por todo o país de 1º de janeiro até 18 de setembro.

Cidades mais afetadas

O local mais atingido é São Félix do Xingu, no Pará, com 6.474 focos. Já Altamira, também no Pará, sofre com 5.250 pontos incendiados. Confira as outras cidades a seguir:

  • Corumbá (MS) – 4.736
  • Novo Progresso (PA) – 4598
  • Apuí (AM) – 4.308
  • Lábrea (AM) – 3.723
  • Itaituba (PA) – 2.973
  • Porto Velho (RO) – 2.710
  • Colniza (MG) – 2.277
  • Novo Aripuanã (AM) – 2.198

Efeitos na Saúde

Quando acontecem, as queimadas liberam monóxido de carbono (CO), gás sem cheiro, sem cor e letal que pode causar problemas respiratórios e até mesmo câncer. Conforme a MetSul Meteorologia, os níveis de monóxido na atmosfera estão altíssimos devido aos incêndios. Além desses problemas já citados, a presença desse gás na atmosfera impede que ela se autorregule promovendo sua própria limpeza de outros gases provenientes da poluição.

Os prejuízos já são conhecidos há tempos, afinal, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz publicado na revista Nature, em 2017, a fumaça das queimadas tem potencial tão lesivo que pode causar danos no DNA humano. No fim, quem mais sofre com esse cenário, levando em consideração o contexto socioeconômico, são as pessoas mais pobres, já que tem contato mais frequente com a poluição, além de bebês de até dois anos de idade e idosos.

Como citado, não são só os pulmões que saem prejudicados nesse contexto de vapor tóxico, doenças cardiovasculares também estão na lista, como: arritmia, infarto e pressão alta. Isso devido à capacidade dos materiais particulados causarem inflamação nos vasos sanguíneos.

Queimadas em Goiás

Um prejuízo central, antes dos incêndios de setembro, foi sentido no sistema de energia elétrica em Goiás. Conforme a companhia que fornece e distribui a energia no estado, a Equatorial Goiás, foram 42 ocorrências que influenciaram negativamente na rede elétrica e que envolveram queimadas.

Só na primeira semana de setembro de 2024, o Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais em Goiás verificou 467 focos de incêndio. O dado supera todo o número de queimadas de 2023.

Já na segunda semana de setembro, as queimadas em Jataí, no interior do estado, deixaram o céu em tom alaranjado devido à refração da luz no ar contaminado pelo material particulado. Dessa forma, a Universidade Federal de Jataí distribuiu máscaras e suspendeu as aulas por um dia.

Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 15 – Vida Terrestre.

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