Daniene Pimenta é professora de Ciências há 16 anos na Escola Municipal José Carlos Pimenta, no Distrito de Vila Rica, em Goiânia. No primeiro semestre deste ano, ela percebeu que os alunos do sétimo ano estavam utilizando os tablets durante uma aula de Geografia para pesquisar sobre sexualidade. A partir dessa descoberta, a professora criou uma caixa de perguntas anônimas para tirar as dúvidas dos alunos e promover a educação sexual.
“Nós propomos o desenvolvimento de uma ação para esclarecer as dúvidas desses alunos. Então, combinamos uma caixinha onde eles podem colocar as suas dúvidas, uma caixinha que fica permanente na sala de aula para que nós não tenhamos controle de quem está colocando essas questões e eles possam colocar essas dúvidas sem se identificar”, contou.
Os estudantes possuem dúvidas diversas acerca do tema e a professora também notou que eles têm “curiosidades”. Educação sexual ainda é um tema sensível quando se trata do ensino escolar, sendo que a maioria das escolas não tem nenhum tipo de atividade voltada para esse ensino. Portanto, a iniciativa da professora da Escola Municipal José Carlos Pimenta é um possível caminho de como inserir o tema entre os jovens.
“A sexualidade é inerente ao ser humano. Eu tenho muita tranquilidade na forma como eu trabalho isso, tudo de forma muito científica e muito educativa, entendendo que educação sexual não é ensinar a fazer sexo, mas esclarecer sobre o próprio corpo, os cuidados e o autoconhecimento”, afirmou.
Caixinha de dúvidas
Os alunos colocam suas perguntas na caixinha quando querem e de forma totalmente anônima. Para a estudante do sétimo ano, Rafaela Nogueira, esse aspecto é principal. “É muito importante porque a gente fica com a caixinha das dúvidas na sala de aula e a gente coloca lá, e assim, a tia vai ler, mas os outros colegas não vão saber que é você. Então a gente fica mais à vontade e a gente não fica com vergonha”, contou.
Juan Pablo Vieira, também estudante do sétimo ano, acha importante ter educação sexual na escola porque nem tudo ele aprende em casa. “Eu acho importante porque a gente não consegue em casa e aqui na escola a gente aprende”, disse. A professora percebeu que os alunos responderam positivamente ao projeto e que a iniciativa pode gerar frutos muito positivos para a vida dos jovens.
“Eu percebo que eles se sentem seguros, tranquilos e participantes e que esse é um momento muito bom para esclarecer essas dúvidas. O fato deles não precisarem se identificar nas perguntas e dos temas serem abordados de forma muito natural”, afirmou.
“O meu objetivo é que esses alunos cresçam como pessoas, como cidadãos, com consciência corporal e sexual para viver com plenitude a sexualidade, assim como outras áreas, sem pensar em precocidade, vivendo a sexualidade de uma forma segura, de uma forma que eles possam ter um planejamento familiar, se cuidar, se conhecer em todas as áreas da vida e fazer as melhores escolhas”, disse.
Programa Educação
A segunda temporada do Educação está recheada de temas sobre a escola do presente. Ensino antirracista, ambiental, financeiro, digital e muito mais. Quer descobrir se as escolas do país estão preparadas para essas novas habilidades e o que os profissionais da educação já estão fazendo para transmiti-las? É só acessar o canal do Sistema Sagres no YouTube!
O projeto da caixinha anônima de perguntas sobre sexualidade, da Escola Municipal José Carlos Pimenta, no Distrito de Vila Rica, em Goiânia, é apenas um dos vários casos de sucesso educacional que o programa já apresentou nas suas duas temporadas.
Assista o programa temático sobre “educação sexual” na íntegra.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.
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