A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 8 de setembro como o Dia Mundial da Alfabetização, com o objetivo de mostrar sua relevância para o desenvolvimento social e cultural das crianças. Conforme estudo da ONG Todos Pela Educação, cerca de 2,4 milhões de crianças brasileiras entre 6 e 7 não sabem ler e escrever.

Assista a entrevista na íntegra:

A doutora em educação, Márcia Torres, apontou que parte do déficit se deve a pandemia do Coronavírus, que tirou as crianças da escola e impediu o convívio social. “A gente vê não só a importância da escola, convívio e interação, como também vemos que sem a escola a alfabetização passa a ser meramente técnica e ela é mais ampla do que isso. Então, políticas públicas precisam ser incentivadas. É preciso que os pais tenham consciência que a escola é uma porta para o convívio social e inserção na sociedade”, disse.

Os números impressionam, pois a alfabetização é o pontapé do ensino e aprendizagem para a vida toda. Marco Acássio é diretor de uma escola em Aparecida de Goiânia e afirmou que o processo de alfabetização é valorizado pelos professores. “Porque se entende que se a criança não consegue decodificar os signos, decodificar as letras, ela vai ter muita dificuldade no processo de ensino”, destacou.

Educação transformadora

Para além de aprender a ler e escrever, a alfabetização é um processo que vai acompanhar a pessoa em todas as fases da vida. Torres enfatizou que ela envolve aspectos sociais transformadores.

“Diante da realidade educacional que estamos vivendo, quando falamos em alfabetização, numa perspectiva de ensino e aprendizagem, precisamos lembrar que essa perspectiva envolve a formação de um sujeito crítico capaz de transformar e pensar nas condições que ele vive. E isso nos remete a pensar numa educação transformadora e emancipatória”, pontuou.

A doutora em educação afirmou que a “escola é um espaço de formação que envolve compreensão e leitura de mundo”. Torres explicou a importância do ambiente escolar para as crianças no desenvolvimento social e cultural.

“É preciso que a gente entenda que no desenvolvimento infantil a criança precisa desenvolver seus sentidos. E para desenvolver uma boa cognição e um trabalho intelectual efetivo necessitamos da presença uns dos outros”, finalizou. 

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