Em uma reportagem reproduzida no programa Toque de Primeira desta terça-feira (28), o repórter Rafael Bessa, entrevistou os presidentes de Atlético, Goiás e Vila Nova, que nos últimos anos utilizaram os serviços da MeuBilhete para venda de ingressos em seus jogos. A empresa é de propriedade do ex – atacante Roni, que foi preso em Brasília no último sábado, com mais seis pessoas, durante o jogo Botafogo e Palmeiras, com a suspeita de fraudar boletins financeiros de jogos adquiridos pela empresa Roni7.

O questionamento feito na matéria foi se os clubes da capital poderiam suspender a terceirização do serviço de venda de ingressos, já que depois das denúncias, a CBF trocou a MeuBilhete pela Fanpass para a comercialização dos ingressos para o amistoso entre Brasil e Catar, no dia 5 de junho, em Brasília.

Adson Batista, presidente do Atlético, ressaltou que não pretende encerrar o contrato com a MeuBilhete enquanto não acontecer alguma definição na justiça. “Nós temos um contrato e somos bem atendidos. Nós fiscalizamos o serviço, pagamos eles em dia e não temos nenhum problema quanto a isso. Não vamos julgar ninguém, aguardar a justiça e esperar o que vai acontecer pra gente avaliar no futuro”, disse Adson, que reiterou que a relação com a empresa é a melhor possível.

“Nós tivemos a oportunidade de fazer o serviço, mas não é da nossa área, então procuramos fazer esse contrato, para focarmos no que a gente consegue fazer. Fiscalizar é o nosso papel e tem acontecido tudo da melhor forma possível.

“Quem faz o serviço é a gente. Eles alugam as catracas e o software e nós executamos. Eles têm um técnico em informática que acompanha, apenas isso. É um trabalho muito profissional e muito transparente”, completou o presidente rubro-negro.

Assim como Adson Batista, Ecival Martins, presidente do Vila Nova, não vê problemas em continuar com o contrato com a MeuBilhete e salienta que no estado não existe outra empresa com conhecimento para o serviço.

“Não temos motivos para não continuar com o serviço. Eles vêm prestando serviço com a qualidade e responsabilidade que a gente exige. Esses fatos que ocorreram estão longe do Vila Nova e aqui no estado não existe outra empresa com essa especialização”, disse Ecival, qie deu mais detalhes sobre a prestação de serviços da MeuBilhete.

“A MeuBilhete presta o serviço de emissão de ingressos. É um software que emite os ingressos pra gente e a entrada, que é o acesso através das catracas, então a prestação de serviço para o Vila Nova é específica. Eles não têm controle financeiro nenhum e isso tudo é feito pelo nosso departamento responsável. Nesta questão de borderô, eles entram apenas como prestadores de serviço, com o custo que a gente tem para a emissão dos ingressos, pois pagamos por isso a cada jogo”, explicou.

Marcelo Almeida, presidente do Goiás, acha que o caso merece uma atenção especial, e que o contrato com a MeuBilhete será reavaliado. “Satisfeito com o serviço, o Goiás Esporte Clube está. Agora, não quero fazer nenhum tipo de julgamento, porém este foi um assunto que promoveu um desgaste muito grande perante esta empresa e acho que essa mácula é muito prejudicial, porque daqui a pouco podem fazer a associação de imagens da empresa que presta o serviço com o clube. Então digo que o assunto muito delicado e ainda quero discutir o tema em Goiânia, pois estamos voltando de Maceió”, disse o presidente esmeraldino, que foi claro, tem uma posição diferente de Atlético e Vila Nova.

“Confesso pra você que não vou dar a mesma resposta que os outros clubes de Goiânia deram, que estamos satisfeitos e vamos continuar. Acho que não é bem assim. Vou responder este questionamento em dois momentos: vocês estão satisfeitos com a prestação do serviço? Sim, estamos. Vocês vão continuar com a empresa? Não sabemos. É um que demanda mais discussão com uma maior número de pessoas, porque daqui a pouco não quero associar a imagem do Goiás com uma empresa, que em tese, está envolvida em um problema muito sério”.

Sobre a possibilidade de se reunir com integrantes da MeuBilhete para avaliar a situação, Marcelo Almeida, descartou. “Não sei se faremos esse tipo de reunião com a empresa. Acho que discutiremos isso internamente para avaliar os prós e os contras”, finalizou.