A paralisação do futebol foi um duro baque na administração do Vila Nova. Já com muitos problemas financeiros para controlar, a equipe do estádio Onésio Brasileiro Alvarenga perdeu importantes receitas e o principal combustível para um clube de futebol, os jogos. Em entrevista à Sagres 730, Murilo Reis, diretor de marketing vilanovense, falou sobre a situação da sua área.

Apesar de perder os apoios de Estadium.bet e Unimed Goiânia, “os demais continuam pagando normalmente os seus vencimentos”. O responsável pelo departamento de marketing colorado acrescentou ainda que “vamos prorrogar o prazo de exibição da marca após o contrato. A Estadium pediu a suspensão em virtude da falta de receita, já que trabalham com apostas esportivas e devem retornar assim que o futebol voltar”.

Sobre como anda a venda de ingresso antecipado, lançada há um mês, Murilo Reis afirmou que “no estilo de torcida que o Vila tem e no momento que vivemos, foi satisfatório. Sabemos que poderia ser mais, mas entendemos que, dentro do que estamos vivendo, não vamos conseguir muita coisa, principalmente pelo estilo do torcedor vilanovense, que tem um poder aquisitivo menor, e acabamos esbarrando na situação econômica do país”.

O diretor de marketing do Vila Nova ressaltou ainda que “não sabemos o que vai acontecer daqui um, dois ou três meses e o torcedor, que é trabalhador e de repente vê o seu contrato ser suspenso, muito menos. Foi uma coisa pequena e continuamos com a campanha, estamos fazendo algumas ‘lives’ pedindo para que o torcedor contribua”. Os interessados podem colaborar entre os valores de R$ 10 e R$ 100 através do site Acesso Fácil.

O retorno dos jogos terá uma realidade dura para os clubes, sem a presença dos torcedores no estádios. Para Murilo, “vamos ter que criar alternativas para que o torcedor não ‘esfrie’ o seu sentimento com o clube, para que esteja engajado conosco. Acredito que posterior a isso vai se abrir para poucas cargas, 20 ou 30%. Já estamos com algumas ideias, mas vamos esperar voltar para iniciar a divulgação”.

Já o prejuízo de jogos sem público, “acredito que seja incalculável, porque tem jogo que conseguimos vender mais. Por exemplo, um jogo à tarde vende mais do que um jogo à noite. Mas, na média, o prejuízo, em que estamos tendo uma receita de 30 a 50 mil por jogo, mais a receita de bar e venda de produtos na loja, vamos falar em 100 mil, talvez um pouco menos”.

“Agora, para um jogo grande e com uma renda boa de 200 a 300 mil, coisas que aconteceram em 2015, e chegamos a ter renda até superior, é incalculável, não tem como mensurar. Por exemplo, em uma reta final de Brasileiro, jogando no quadrangular final e dependendo de resultado, não tem a mínima possibilidade do Serra não estar lotado. Temos que pensar em situações para contornar essas possibilidades”, completou.