Sagres em OFF
Rubens Salomão

Diretor-geral rejeita “interferência” ou “projetos pessoais” na PF, em visita a Goiânia

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, definiu padrões para a atuação da instituição a partir deste ano, com a troca de comando escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De forma objetiva, o diretor rejeitou as acusações dos últimos quatro anos referentes à possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para atuação ou omissão da PF em processos de investigação, que chegou a ser tratada pelo próprio ex-gestor em entrevistas e discursos.

Em Goiânia para a posse da nova superintendente regional da PF, a delegada Marcela Rodrigues, Andrei estabeleceu que não haverá qualquer influência externas às atividades da PF. “Não permitiremos que projetos pessoais, interferência ou pressão de agentes públicos, grupos ou a mídia pautem qualquer ação da PF. Não há espaço para desvio de finalidade ou personalismo. A PF não protege nem persegue”, discursou.

Andrei ainda valorizou a representatividade da posse de Marcela Rodrigues na superintendência: “Precisamos de perfis diversificados e diferentes perspectivas para que, juntos, mulheres e homens possam desenhar uma cultura organizacional que seja benéfica para todos. Estou certo de que a ocupação das mais altas funções da PF por nossas colegas, além de representar um ganho imediato para as unidades por elas administradas, será modelo de inspiração para as carreiras de cada servidora do nosso órgão”.

Foto: Superintendente da PF em GO, Marcela Rodrigues, com o diretor-geral, Andrei Passos. (Crédito: Comunicação PFGO)

Processo

A posse de Marcela Rodrigues faz parte das trocas realizadas pelo presidente Lula no início do mandato. Com certa desconfiança em relação às forças de segurança, desde os ataques terroristas em 8 de janeiro, o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, dispensou em janeiro 26 superintendentes estaduais da PRF e substituiu 18 chefias da PF.

Pediu para sair

O único superintendente regional da PRF mantido pelo governo foi o do Piauí, Paulo Fernandes Nunes Moreno, mas ele pediu exoneração do cargo na véspera das mudanças.

Foto: Garimpo ilegal flagrado em sobrevoo da FUNAI em Surucucu (RR), no território Yanomami. (Crédito: Leo Otero/MPI)

Contra garimpo

O senador Jorge Kajuru (PSB) protocolou ontem pedido de investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O parlamentar o acusa de “possível omissão” no controle do comércio ilegal de ouro nas terras indígenas Yanomamis. O pedido de Kajuru foi encaminhado ao procurador-geral da República Augusto Aras, que deverá analisar a procedência da denúncia.

Acusação

Um dos principais argumentos do senador é a falta de fiscalização no comércio de ouro no país. “É um dos fatores que fomentou o avanço do garimpo ilegal, uma vez que o ouro é um ativo financeiro e há suspeita de que empresas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) tenham adquirido o minério ilegal”, afirma Kajuru.

Foto: Lula cumprimenta trabalhores em Sergipe, na obra de duplicação da BR 101. (Crédito: Ricardo Stuckert/ PR)

Satisfação

O início do terceiro governo Lula é avaliado como positivo por 40% dos brasileiros, de acordo com pesquisa Genial/Quaest. Este é o primeiro levantamento feito pelo instituto na nova gestão. São 24% os que classificam a administração federal como regular, enquanto 20% a consideram negativa.

Metodologia

O levantamento foi realizado entre 10 e 13 de fevereiro, com 2.016 entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Comparação

O índice de avaliação positiva de Lula superou em um ponto o de Jair Bolsonaro (PL), no mesmo período de governo, mas fica atrás dos dois mandatos anteriores do petista: 43%, no primeiro mandato, e 48% no segundo.

Foto: Líder do governo, Wilde Cambão conversa com deputados na Comissão Mista. (Crédito: Sérgio Rocha/Alego)

Antecedência

Deputados estaduais criticaram nesta semana o prazo de envio de matérias do governo estadual à Assembleia Legislativa. As falas foram feitas durante sessão extraordinária para apreciação do projeto de lei que trata de gratificações para professores, que teve votação finalizada ontem, pela aprovação.

‘Desprestígio’

Os deputados Major Araújo (PL) e Fred Rodrigues (DC) cobraram mais tempo para avaliar as matérias. “Esse agora também foi enviado com prazo ínfimo de apreciação. Não sei como vocês veem, mas fica parecendo um certo desprestígio com essa casa. Eu fico preocupado se serão os quatro anos assim”, disse Fred.

Reposta

O líder do governo na Casa, Wilde Cambão (PSD), garantiu que haverá “discussão ampla de todas as matérias”. “Eu tenho, como líder do governo, a prerrogativa de discutir e conciliar”, discursou.

Foto: Lucas Vergílio assume articulação política no governo Caiado. (Crédito: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Articulação

O ex-deputado federal Lucas Vergílio foi confirmado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) como titular da Secretaria de Relações Institucionais, em lugar antes ocupado por Ernesto Roller (UB). Lucas foi candidato à reeleição e ficou como o não eleito mais votado, com 76 mil votos.

Funções

Com a reforma administrativa, a antiga Secretaria de Governo do Estado de Goiás (Segov) passou a ser denominada Secretaria de Relações Institucionais (Serint). A nova pasta é responsável pela articulação política e relacionamento com outros estados, Poderes, instituições e a sociedade civil.

Foto: Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião na Fiesp. (Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Antecipado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o governo federal deve antecipar para março o anúncio das novas regras de controle dos gastos públicos (teto de gastos). No Congresso Nacional, a expectativa dos parlamentares é acelerar a reforma tributária.

Trabalhos

A articulação para a reforma foi iniciada e o coordenador do grupo de trabalho sobre o tema, deputado Reginaldo Lopes (PT) acerta detalhes para a tramitação. As reuniões do grupo de trabalho, criado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) começam na semana seguinte ao carnaval. O grupo tem 90 dias para concluir os trabalhos.

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