Dieguinho tem apenas 8 anos, mais uma promessa do futebol brasileiro. Atacante da escolinha do Goiás Esporte Clube, se destacou no Campeonato Goiano da categoria Sub-8 com 12 gols, além de se artilheiro em outros torneios contra grandes times de outros estados. Um menino prodígio, que poderia, futuramente, ser uma revelação esmeraldina, no entanto o caminho do garoto é outro: o Flamengo acertou sua ida para o Rio de Janeiro.

Em uma entrevista concedida no YouTube, ao canal Sintonia Esmeraldina, o diretor das categorias de base do Goiás, Eduardo Pinheiro, explicou como aconteceu a saída de Dieguinho, mas antes detalhou que nenhum clube no futebol brasileiro pode assegurar por lei um garoto até o 13 anos.

“Você só pode federar depois dos 13 anos, então dos 8 aos 13, que é o caso do Dieguinho que foi para o Flamengo, o Goiás não está segurado, nem o Flamengo está segurado. O Palmeiras pode chegar, dar R$ 200 mil nas mãos do pai, que nada segura”, disse Pinheiro, que falou mais sobre a saída do jovem atacante.

“Já conhecia o Dieguinho, eu o seguia nas redes sociais. Ele é um menino de Brasília, que vinha três vezes por semana pra Goiânia, o captador do Flamengo o achou interessante e o levou. Neste caso, não tinha o que fazer. Pedir pro pai segurar, deixa-lo aqui no Goiás, não tem como. É o sonho do garoto, do pai, então juridicamente não tínhamos o que fazer. O que podíamos fazer, é ter uma convivência melhor com os pais, como dar ingressos, uma camisa do Goiás. A maioria desses pais, não liga pra dinheiro, porque eles têm condição financeira. São pais que matricularam o menino no Goiás, que é caro, então eles estão mais ligados no cuidado com o filho. Também tem a situação de vê-lo jogar pelo Flamengo, que as vezes é o sonho do pai”.

O dirigente esmeraldino também destacou que são vários os casos de jogadores que deixam seus respectivos clubes mesmo depois de federados, afinal o primeiro contrato profissional só pode ser assinado a partir dos 16 anos.

“Tem uma brecha na lei, que os empresários entram na CNRD – Câmara Nacional de Resolução de Disputas – e tiram os meninos pela porta dos fundos. Teve um caso, do Vilela, que foi para o Atlético Mineiro, que não conseguimos porcentagem. Ele foi para a Copa Votorantim sem estar federado. Então não tinha vínculo nenhum com o Goiás. Dos 13 aos 16 anos são federados e só a partir dos 16 que pode assinar contrato profissional”, explicou Eduardo Pinheiro.

Escolinha x Categorias de base

Segundo Eduardo Pinheiro, até a sua chegada para comandar as categorias de base do Goiás no início de 2021, os funcionários da escolinha e das categorias de base não “conversavam”. O dirigente não relacionou a saída de Dieguinho com esse problema de comunicação, mas mostrou que atualmente os funcionários trocam informações sobre os jovens jogadores em um grupo criado por ele no Whatsapp.

“Quando cheguei, o departamento de escolinhas do Goiás e o departamento de base não conversavam. Fiz uma reunião com todos os professores e disse que a partir daquele momento, os dois departamentos, eram um só. Então criei um grupo, temos conversas diárias, mando atletas de 8 ou 9 anos pra avaliações e sou o coordenador desse projeto com todos os professores”, destacou Eduardo, que ainda revelou que tem um garoto do Flamengo vindo para o Verdão.

“Tá vindo um menino do Flamengo para o Goiás também. Garoto que nunca jogou aqui no Goiás, só tem 9 anos, que o pai cansou de ficar morando sozinho com ele no Rio de Janeiro e tá trazendo pra cá”, finalizou.

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