O ano de 2016 começou muito bem para o Atlético, logo nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Goiano: quatro vitórias – algo que aconteceu pela primeira vez, desde 2006 quando venceu os cinco primeiros compromissos no estadual. Contudo, apesar da marca, o Dragão não conquistou o torneio, caindo na fase semifinal para o Anápolis.

Por outro lado, a chegada do técnico Marcelo Cabo amenizou a campanha no Goianão 2016, com vitórias contundentes e construção de um elenco vencedor, confiante e unido. A recompensa do trabalho, que envolveu todos os departamentos do clube, foi recompensado com o principal caneco da história da agremiação: a conquista da Série B do Campeonato Brasileiro.

O ELENCO

Uma boa novidade para 2016 foi o retorno de Wagner Lopes, que quase levou o clube ao acesso à Série A do Campeonato Brasileiro em 2014. Diferente do ano anterior, a atual temporada rubro-negra começou com o time mais organizado. Muitos jogadores saíram, porém, sem problemas extracampo. A diretoria conseguiu manter uma base onde estavam jogadores como Marllon, Lino, Pedro Bambu, Jorginho e Júnior Viçosa. Chegaram, com aval de Wagner Lopes: Gilsinho, Magno Cruz e Matheus Ribeiro que se tornaram, no decorrer da temporada, peças fundamentais nos planos atleticanos.

O GOIANÃO

E o elenco rubro-negro mostrou sua força na disputa do estadual em sua primeira fase. Foram 14 jogos realizados com aproveitando de 71,4%. A campanha só foi inferior ao rival Goiás que conquistou dois pontos a mais: 32 x 30. No Goianão, o Atlético mostrou uma das suas principais forças na temporada: a defesa. Foram apenas seis gols sofridos pela zaga atleticana na fase de grupos da competição – a melhor entre todos os participantes.

Contudo, duas derrotas acabaram com o sonho do 14º título do Campeonato Goiano. Ambas para o Anápolis, que no anterior amargava a segunda divisão do Goianão, na fase semifinal. Primeiro, no Jonas Duarte pelo placar mínimo. No jogo da volta, em pleno Serra Dourada o Galo voltou a surpreender e despachou, de virada, o Atlético por 2 a 1.

A ausência na finalíssima pode ter custado ao elenco rubro-negro vagas entre as Feras do Goianão. Figurinhas carimbadas nas edições do prêmio, os jogadores do Atlético deram espaço para atletas do Anápolis, Goiás, Vila Nova e Goianésia.

A MUDANÇA

Faltando pouco mais de duas semanas para estreia da equipe na Série B, houve uma mudança que seria de total importância para o decorrer do ano rubro-negro. No dia 25 de abril, Wagner Lopes foi demitido do comando técnico do Atlético, dois dias após cair para o Anápolis, pesou também a eliminação precoce ainda na primeira fase da Copa do Brasil diante o Ypiranga-RS.

No dia 5 de maio, faltando uma semana para o início da Série B de 2016, a diretoria atleticana anunciou a chegada do, até então, desconhecido Marcelo Cabo, de 49 anos. Cabo iniciou sua carreira de técnico no Bangu, em 2004. Depois, foi auxiliar de Marcos Paquetá na Arábia Saudita e dirigiu uma equipe nos Emirados Árabes. Ele também foi auxiliar técnico de Jorginho, ex-técnico do Vasco, e observador de Dunga na primeira passagem dele pela seleção brasileira.

O INÍCIO

Após quatro rodadas da Série B, o Atlético deu mais uma prova de que iria se candidatar pela luta do acesso. Foram quatro vitórias, com destaques para os triunfos sobre o rival Vila Nova e no Ceará, fora de casa, que era um dos concorrentes pela luta no G-4. No entanto, conforme pontuado em mais de uma oportunidade por Marcelo Cabo, apenas na 8ª rodada, o Dragão teve a certeza de que estaria na disputa frenética por uma vaga na elite do futebol brasileiro.

Com gols de Júnior Viçosa e William Schuster, o Atlético venceu por 2 a 1 o, até então, líder Vasco da Gama – Luan descontou. Na ocasião, a equipe de Marcelo Cabo só ficou atrás do rival na tabela devido aos critérios de desempates. Porém, os compromissos seguintes após o triunfo sobre o time cruzmaltino foram de irregularidade, que por pouco custou um lugar no G-4. Em dez jogos realizados, o Dragão só venceu três vezes.

A LIDERANÇA

A pausa para disputa dos Jogos Olímpicos Rio 2016 caiu em boa hora para o time rubro-negro. Marcelo Cabo aproveitou o período de 18 dias para acertar detalhes técnicos da equipe e bastaram 11 rodadas, após o retorno das Olimpíadas, para o Atlético alcançar o topo mais alto da classificação e não sair de lá. Foram cinco vitórias, cinco empates e apenas uma derrota, no entanto, no mesmo período o adversário direto na briga pelo título – Vasco -, apesar de ter vencido do Dragão no jogo do returno, acabou derrapando em seus compromissos e perdeu a liderança da competição.

O ACESSO

Daí em diante era momento de começar a contagem regressiva para o acesso. Com 52 pontos conquistados, o Atlético, na 29ª rodada, já tinha sete pontos de diferença para o 5º colocado. Apesar de seus dirigentes destacarem postura de pés no chão, o ambiente foi favorável para o Dragão conquistar o acesso. E bastaram seis rodadas para isso.

Neste período, o Atlético visitou e venceu o CRB; derrotou no Olímpico: Avaí e Paysandu; além de superar o Criciúma, em pleno Heriberto Hülse. O revés aconteceu na Arena Pernambuco para o Náutico, mas nada que diminuísse o ímpeto ofensivo rubro-negro rumo à elite. O clássico contra o Goiás selou o acesso virtual do Dragão. Com futebol ofensivo, na etapa final, o Atlético não tomou conhecimento do rival e goleou por 4 a 2, com direito a dois gols do predestinado Luiz Fernando.

O dia 8 de novembro confirmou o Dragão na Série A de 2017. Em um jogo disputadíssimo, o Atlético visitou o Londrina, que na ocasião era o que clube com menos derrotas e melhor defesa da competição. Com dois tentos do atacante Júnior Viçosa e do meia Luiz Fernando, a equipe rubro-negra venceu por 3 a 2 e garantiu sua vaga na elite nacional.

A FESTA

Quatro dias depois, o Atlético conquistou seu mais importante caneco. O palco não podia ter sido outro, o Olímpico. Em 1971 o Atlético celebrou o título do Torneio Integração Nacional. 19 anos depois foi a vez do clube rubro-negro levantar o caneco da Série C do Campeonato Brasileiro. Feito que foi realizado novamente em 2008 com Márcio, Gil, Michel, Juninho e companhia. O dia 12 de novembro de 2016 entrou para história do Dragão após a confirmação da conquista de uma inédita estrela: Campeonato Brasileiro Série B.

Gilsinho, Marllon, Luiz Fernando, Jorginho e Matheus Carvalho marcaram no primeiro tempo os gols da vitória de 5 a 3 sobre o Tupi. A goleada colocou o atual elenco rubro-negro na história do clube. Na ocasião, os 70 pontos conquistados foi a maior pontuação que o Dragão conquistou em toda história do Campeonato Brasileiro – considerando todas as divisões e participações.

OLÁ, 2017

Desde o término da Série B, o planejamento visando a próxima temporada está em execução. Ontem (2), o Atlético anunciou a permanência do técnico Marcelo Cabo, que fica até no comando do Dragão o final de 2017. Porém, Kléver, Matheus Ribeiro, Romário, Marllon, Bambu, Magno Cruz, Michel e Alison já estão de malas prontas.

O diretor de futebol Adson Batista, em conjunto com o treinador atleticano, já iniciou a busca pelos reforços, que assim como o Atlético, buscam terão a oportunidade de escrever seu nome na história futebolística com a camisa rubro-negra, agora na elite do futebol brasileiro.