O Ministério do Meio Ambiente (MMA) iniciou a construção da Estratégia Nacional de Resíduos Orgânicos Urbanos com políticas para desperdício alimentar, compostagem e reciclagem. A estratégia nacional ajudará o país na redução das emissões de metano, na melhora do índice de reciclagem e na produção de fertilizantes naturais.
A estratégia visa o fim dos lixões, previsto nacionalmente para agosto deste ano. Como o projeto almeja metas ambientais em várias frentes, ele tem o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Instituto Pólis.
Com a nova política ambiental, o Brasil envolverá vários setores produtivos e de consumo. Além disso, vai incentivar e possivelmente aumentar os produtos orgânicos, a agricultura urbana, as práticas agroecológicas e o reaproveitamento dos resíduos.
Ideia da estratégia
A meta mais objetiva da estratégia é aumentar o reaproveitamento em todo o país. Atualmente, o Brasil reaproveita apenas 2% dos resíduos sólidos urbanos, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. No entanto, o país é o quinto maior emissor de metano do mundo.
Mas como está entre as 155 nações signatárias do “Compromisso Global do Metano“, da COP 26, o Brasil precisa reduzir 30% das emissões de metano até 2030, considerando os dados de 2020. A ideia da estratégia sobre resíduos orgânicos ocorreu devido a prevalência de 45% dos resíduos sólidos urbanos seres orgânicos.
Então, nos aterros sanitários, eles são a segunda maior fonte de emissões de metano do país. Adalberto Maluf, secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do MMA, contou que ao menos sete países já possuem estratégias similares às que o Brasil está construindo. Segundo ele, a estratégia do MMA será fundamental para as cidades brasileiras.
“A construção de uma estratégia nacional para prevenir e lidar com os resíduos orgânicos urbanos é essencial para subsidiar e orientar a tomada de decisão, sobretudo dos gestores municipais, para o desenvolvimento de iniciativas que desviem os resíduos das unidades de disposição final, como os aterros sanitários e lixões”, disse.
Detalhes
A estratégia de resíduos orgânicos está ligada automaticamente à prevenção de desperdício de alimentos. Por isso, então, o combate à fome está previsto no projeto. Segundo o Pnuma, mais de 1 bilhão de refeições por dia foram desperdiçadas em residências no mundo em 2022. Ao mesmo tempo, 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e insegurança alimentar.
“Prevenir o desperdício alimentar pode impulsionar o combate à insegurança alimentar e às mudanças climáticas, que são dois temas-chave liderados pelo Brasil no âmbito do G20”, disse Alberto Pacheco Capella, representante do Pnuma no Brasil.
Além da prevenção ao desperdício, o Brasil quer a inclusão social por meio da tecnologia. A estratégia nesse caso é promover o desenvolvimento local e a adoção de práticas agroecológicas nas cidades, com integração com catadores de recicláveis, por exemplo.
“A compostagem é uma fonte de renda, uma forma de enxergar que o resíduo que você gera também traz coisas positivas para os catadores e o meio ambiente”, afirmou a catadora Edinéia Rodrigues dos Santos, da VerdeCoop.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do MMA
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.
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