LEONARDO VIECELI / RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em uma década, dobrou o percentual de estudantes do 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série) que não compareceram a alguma aula por falta de segurança nas capitais brasileiras.

É o que indica uma análise divulgada nesta quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento avalia indicadores da série histórica da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar).

Em 2009, 8,6% dos alunos do 9º ano nas capitais faltaram ao menos um dia a escolas porque não se sentiram seguros no trajeto ou nas instituições de ensino. Em 2019, período mais recente com dados disponíveis, essa fatia saltou para 17,3%.

A PeNSE já teve quatro edições (2009, 2012, 2015 e 2019). O IBGE afirma que a análise da série histórica tem caráter experimental, já que as estatísticas ainda estão em fase de teste e sob avaliação.

A pesquisa é realizada pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde e com o apoio do Ministério da Educação. A PeNSE fornece informações colhidas diretamente dos escolares por meio de um questionário eletrônico autoaplicável.

A análise apontou ainda que o percentual de alunos que sofreram agressão física por um adulto da família teve aumento ao longo dos anos. Passou de 9,4% em 2009 para 11,6% em 2012 e 16% em 2015.

As capitais com os maiores percentuais em 2015 foram Cuiabá e São Paulo. As fatias chegaram a 18,1% e 18%, respectivamente.

O IBGE afirma que, em 2019, houve mudanças nesse quesito da pesquisa, incluindo a separação em dois grupos de agressores.

No ano anterior ao começo da pandemia, 27,5% dos escolares relataram alguma agressão física por parte do pai, da mãe ou de responsável. Além disso, 16,3% sofreram agressão por outras pessoas.

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