A cidade está tomada pelas formigas e o fato é apenas um detalhe do descontrole ambiental. Em parques como o Areião e o Vaca Brava, os insetos conseguiram o que a Amma e a Guarda Municipal nunca deram conta: controlar a área inteira. Mas as formigas são apenas o retrato em miniatura. A questão maior é o abandono da Natureza, pois as autoridades parecem ter desistido de fiscalizar e punir quem depreda.
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No Sudoeste goiano e em cidades como Rubiataba, milhares de nascentes foram aterradas pelos plantadores de cana. E as autoridades dormindo diuturnamente.
Os relatos que chegam do Araguaia descrevem um passeio pelo Código Penal e leis extravagantes, no leito do rio, nas matas, nas praias. E as autoridades dormindo.
Se o Araguaia está secando, centenas de ribeirões, córregos e outros cursos d’água já estão só com areia. No Norte do Estado e no Mato Grosso Goiano há mais pontes sobre rios secos que em cima de água corrente.
A extração de areia atingiu todos os níveis de descaso, não somente em pontos remotos do interior, mas até no Setor Bueno, um dos mais nobres de Goiânia. E as autoridades dormindo.
Mineradoras fazem crateras que cabem duzentos estádios como o Serra Dourada e não reparam os danos ambientais. E as autoridades dormindo.
Na edição desta semana do Diário do Leste, um dos jornais da Rede Clube de Comunicação, está a denúncia acerca dos caminhões de carvão que saem do Nordeste goiano, atravessam o Distrito Federal e as cidades do Entorno até a entrada em Minas Gerais. E nenhuma autoridade acha ilegal transformar as árvores do Cerrado em carvão para a indústria mineira.
Eis o Estado que os goianos estão vendo nas excursões de férias. As autoridades não veem nada disso porque suas viagens são para outros Estados ou o exterior. Por isso a pesquisa Serpes mostrou o quanto os goianos adoram as autoridades: nenhuma instituição teve mais que 25% de aprovação, ou seja, um lixo. O Serpes mostrou o fruto da gestão de Helder Valin na Assembleia Legislativa, que é considerada o mais podre dos lixos, com apenas 12% de aprovação. O eleitor percebeu o que a Assembleia quis para o meio ambiente de Goiás com o Código Florestal. Ou seja, a destruição não vem das formigas, mas de insetos maiores, como os ratos.