No dia 23 de maio, a diretoria do Atlético goianiense anunciou o patrocínio com a Caixa Econômica Federal (CEF), dois dias antes de o time estrear no campeonato brasileiro série B contra o Palmeiras, quando o time perdeu por 1 a 0. O banco seria a nova patrocinadora master do único representante goiano na segunda divisão. Desde então, o clube está usando a marca da estatal, tanto no uniforme como em sua página na internet.
O valor do contrato não foi divulgado oficialmente, mas o montante especulado foi de R$ 400 mil mensais durante um ano. Porém, de acordo com a assessoria do banco, a CEF só tem contrato firmado com sete times brasileiros. São eles: Flamengo (R$ 25 milhões), Corinthians (R$ 31 milhões), Atlético Paranaense (R$ 6 milhões), Coritiba (R$ 6 milhões), Avaí (R$ 1,75 milhões), Figueirense (R$ 1,75 milhões), e Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA de Arapiraca), R$ 1 milhão, último time a assinar com o banco.
Quando questionada sobre o patrocínio com o time goiano, a assessoria respondeu que o Atlético recebeu apenas uma concessão extraordinária para utilizar a marca durante algumas rodadas, mas que não há contrato firmado. Segundo as informações, o que há é uma negociação em andamento, mas que ainda não foi fechada.
Como as negociações ainda não foram concluídas, a assessoria informou que a instituição não comenta sobre negociações em andamento, mas disse que, “no papel, o time não está recebendo nada.” O deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB), presidente do time, não quis comentar o patrocínio, mas admitiu que está usando a logomarca da Caixa. “Estamos utilizando a marca, por que não? Não há ‘conversação’. Nós fizemos uma formulação de contrato para utilizar a marca e eu não vou falar sobre isso. Me desculpe”, disse o deputado antes de desligar o telefone.
O deputado federal Jovair Arantes (PTB), vice-presidente do Atlético, também não falou sobre o tema, sob o argumento de que são assuntos de interesse exclusivamente do clube.
Influência
Os patrocínios da Caixa Econômica Federal (CEF) com times de futebol tem causado certo burburinho no meio político brasileiro. Tudo começou com a clara influência do senador Fernando Collor (PTB-AL) na assinatura do contrato de patrocínio no valor de R$ 1 milhão entre a estatal e o time alagoano ASA de Arapiraca.
Depois disso, vários parlamentares começaram a se movimentar para conseguir o benefício para times de seus estados. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) chegou a admitir isso publicamente ao postar em seu perfil no Twitter que estava “lutando” para firmar patrocínio entre o banco e os dois principais times de Natal (RN): ABC e América.
O deputado afirmou: “Patrocínio Caixa, ABC/América. Juntamente c a Dep Fatima [Bezerra (PT-RN)], estamos nessa luta. Ontem falei ao Pres Hereda. Razão contrato Asa de Arapiraca.” Em outro post, o parlamentar continuou: “Contrapartida exigida pela Caixa atendida. Conta no município na Caixa! Pref Natal transferiria do BB. Desistiu. Estaca zero nosso patrocínio.”