A paralisação do futebol em março por conta da pandemia do novo coronavírus modificou não só a rotina das pessoas, como também seus planos e projetos para o ano de 2020. No futebol o impacto foi grande, tanto na parte financeira quanto no cronograma das competições. O calendário foi modificado e os campeonatos começarão agora no segundo semestre, mas só serão encerrados em 2021.
Pelo menos fora das quatro linhas, o que estava marcado não será alterado no Goiás Esporte Clube. Mesmo com um cenário ‘diferente’ as eleições para um novo presidente executivo acontecerão no final do ano e com a Série A sendo disputada. Foi o que confirmou o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Edminho Pinheiro, em entrevista à Sagres 730.
“Não vejo a menor necessidade para alterar as eleições no Goiás. O calendário mudou e quem for eleito presidente do Goiás vai pegar o campeonato em andamento, mas isso não muda nada. Essa história de ‘presidente A, presidente B; vou deixar uma conta A ou uma conta B’, no final da história o que manda é o Goiás. Isso não vai acontecer (adiar), as eleições vão acontecer em dezembro e o Goiás terá um novo presidente. Acho que tivemos uma mudança estatutária importante onde não há reeleição no clube e eu sou defensor número 1 disso não só no Goiás, mas em qualquer lugar”, explicou.
Um mudança recente no estatuto do clube, como destacou Edminho, não permite que o atual presidente Marcelo Almeida se candidate para uma reeleição. Desta forma, quem for eleito, permanecerá no cargo nos próximos três anos.
Além de Marcelo, a diretoria esmeraldina é composta por cinco vices hoje: Mauro Machado (futebol), Dyogo Crosara (jurídico), Adriano Oliveira (patrimônio), Rogério Santana (administrativo/financeiro) e Júnior Vieira (esportes olímpicos).
“Eu vou ser muito franco. O Goiás tem o privilégio hoje de ter vários nomes, mas eu entendo que neste momento o clube precise de um nome que representa efetivamente uma tradição e tenha ideologia para o Goiás. Assume agora quem tem uma ideologia sobre o clube, não basta mais torcer para o Goiás. É torcedor, depois é presidente, vai embora e se distancia. Tem que ser uma pessoa que tenha ideologia, que o Goiás transcenda a sua vida, sua família. Para ser presidente é muito difícil. Nós vamos ter que buscar um presidente que tenha muita raiz fincada dentro do clube neste momento”, afirmou Edminho Pinheiro.
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Edminho Pinheiro
O vice-presidente do Conselho Deliberativo do Goiás ressaltou que, na sua visão, a identificação com o clube, a ideologia e o DNA serão aspectos essenciais para o futuro mandatário.
“Eu entendo que o próximo presidente tem quer ser ‘fincado’ com a história do Goiás. O presidente atual, o que passou, são pessoas brilhantes. O doutor Sérgio (Rassi) fez uma mandato extraordinário, é uma pessoa honesta, talvez possa ser mais apaixonado no Goiás do que eu, porém, se for fazer um DNA de todos, talvez não dê a mesma compatibilidade com a formação da história do clube. É isso que estou tentando buscar. Esse é um desejo do meu foro íntimo, uma ideologia minha que o próximo presidente do Goiás tivesse 100% de uma linha ideológica”, analisou.
Ediminho reiterou que essa é sua opinião e que, por enquanto, teria poucos votos na eleição. “Essa é a minha vontade, somos apenas quatro votos dentro dos 250 conselheiros que vão eleger o novo presidente, o meu, da minha mulher e dos meus dois filhos”.
O dirigente preferiu não indicar nenhum nome, mas ao ser questionado pela Sagres 730 se Paulo Rogério Pinheiro, conselheiro do Goiás e filho de Hailé Pinheiro se enquadraria nesse perfil, ele foi preciso. “100%”, afirmou.
Paulo Rogério
Na semana passada a reportagem da Sagres teve a informação de que Paulo Rogério seria candidato no pleito do final do ano. O repórter André Rodrigues entrou em contato com o conselheiro esmeraldino e o mesmo disse que no momento não é candidato e nem pré-candidato, mas que o seu nome está à disposição dos conselheiros e do clube para ser o novo mandatário executivo. Paulo Rogério enfatizou que, no mínimo, na próxima gestão será vice-presidente financeiro/administrativo do clube.
Sobre a entrevista do vice-presidente do Conselho, Edminho Pinheiro, Paulo ficou surpreso e lisonjeado com as colocações. Ele afirmou que concorda que o futuro presidente do Goiás terá que ter um DNA esmeraldino, ideologia do Goiás e raízes fincadas no clube. Paulo acrescentou que além dessas qualidades, o futuro presidente terá que ser um idealista, trabalhar em prol do Goiás.
O conselheiro preferiu não dar entrevista pois entende que não é hora de falar de eleição. Paulo Rogério colocou que “agora é momento de união de todos os esmeraldinos porque o Goiás está vivendo o ano mais importante da história do clube, devido às incertezas em relação ao cenário nacional, principalmente o futebol brasileiro no próximo ano”.
A expectativa em cima de uma possível candidatura do empresário demonstra uma postura diferente de Hailé Pinheiro que, mesmo com toda história no clube, mostrava ser resistente quanto à um filho assumir o executivo.
Ouça na íntegra a entrevista de Edminho Pinheiro na Sagres 730 sobre a negociação de Michael com o Flamengo e as eleições no Goiás em dezembro: