Entrevistado da edição 114 do Podcast Debates Esportivos, o presidente do conselho deliberativo do Goiás Esporte Clube, Edminho Pinheiro, explicou o processo de mudança do estatuto do clube para que possa consolidar uma SAF – Sociedade Anônima do Futebol – e receber investimentos externos.

No bate papo que teve com os comentaristas Charlie Pereira e José Carlos Lopes, o dirigente esmeraldino foi claro que a partir do momento em que o processo para a execução da SAF no Goiás estiver concluído, qualquer pessoa poderá investir no clube, inclusive ele próprio. 

“Não só eu, mas qualquer um que for sócio do Goiás pode ser um dos investidores. Poder ter um fundo chamado PX, pra não falar XP, que se criou, comigo, o José Carlos Lopes, o Marcos Egídio, sem distinção de time, em que entrou porque acreditou no projeto. Então esse fundo foi constituído e ele injetou dinheiro no clube, assim qualquer um pode ser investidor desse novo modelo de gestão do Goiás Esporte Clube”, explicou Edminho, que na mesma entrevista, destacou que a intenção é primeiro fomentar o conselho deliberativo do Goiás, para depois começar a discutir com mais propriedade o assunto SAF.

“Nosso quadro de sócios é maior e fica mais difícil para discutir. Nós demos a largada na primeira reunião nossa de trabalho, do conselho, após eu assumir a presidência. Primeiro foi a possibilidade do sócio colocar tudo em dia. O título do Goiás era R$ 10 mil e partir do dia 1º de janeiro será R$ 50 mil. Qual o por que disso? Porque quem for ficar dentro do quadro societário e amanhã a gente começar a discutir esse novo modelo, nós entendemos que o sócio do Goiás terá poder de investimento igual a qualquer outro que buscaremos no mercado. Seja um fundo que quer apenas apostar ou então um fundo para uma gestão profissional”, completou.

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Tradição e família Pinheiro

Questionado pelo comentarista José Carlos Lopes, se o fato do Goiás ser um time com tradição e que ao mesmo tempo tem a família Pinheiro há muito tempo no comando, pode atrapalhar a chegada de investidores, Edminho Pinheiro não vê problemas. “A questão da nossa tradição vai durar até o dia que a gente fechar a SAF, trazer alguns investidores. Depende do modelo de gestão”, disse o dirigente, que deu o exemplo da SAF do Cruzeiro, comandada por Ronaldo Fenômeno, como um modelo de gestão responsável.  

“O cara foi profissional e realista com a situação. Não é porque ele comprou, que vai chegar e depositar dinheiro.  No dia em que foi campeão, o Ronaldo deu uma declaração em que disse que o objetivo do Cruzeiro é chegar em 13º lugar no Brasileiro do ano que vem”.

Sem pressa

A cada resposta sobre o assunto, Edminho Pinheiro foi taxativo em mostrar que o assunto SAF requer calma por parte dos clubes. O presidente do conselho deliberativo esmeraldino, destacou que não é o fato de um clube do tamanho do Goiás receber investimentos, vai torna-lo um dos favoritos à conquista de um título nacional.

“Vejo aqui por parte da torcida e imprensa, achando que é com um toque de mágica ou virando SAF que o clube vai se tornar campeão brasileiro. A distância ainda vai continuar gigante porque os números são diferentes”, ressaltou Edminho, que deixou claro que o Goiás vai ter calma para colocar em prática sua SAF. “O apressado come cru. Graças a Deus nós não precisamos apagar o fogo com a gente dentro da casa ao mesmo tempo”, finalizou o dirigente alviverde.