A morte de Fernandinho que aconteceu nesta sexta – feira (5) em Goiânia, emocionou e deixou cheio de saudades dois grandes nomes da imprensa esportiva goiana que acompanharam bem de perto sua carreira. O narrador Edson Rodrigues e o comentarista Evandro Gomes, se emocionaram ao lembrar do “Pequeno Polegar”, que partiu aos 70 anos, vítima de câncer, e que fez história com as camisas de Vila Nova e Santos, quando atuou ao lado de Pelé.
O “Monstro Sagrado” Edson Rodrigues, classificou Fernandinho como “o melhor ponta direta da história do Vila Nova”, e relembrou quando organizou um concurso em rádio nos anos 70, que deu ao então ídolo colorado, o título de melhor jogador do futebol goiano.
“Que notícia triste. Um baque em nossos corações. Fernandinho, “O Pequeno Polegar”, foi o melhor ponta direita da história do Vila Nova. Ídolo da torcida, tanto é verdade que nos anos 70, organizei um concurso com a participação do ouvinte, que enviava cartas para a emissora para escolher o ídolo do futebol goiano e o Fernandinho foi escolhido por todas as torcidas. Foi reforçar o time do céu”, ressaltou Edson, que também recordou Fernandinho como um dos destaques da seleção goiana na inauguração do Serra Dourada.
“Ele não faz parte só da história do Vila Nova, mas do futebol goiano. Formou o ataque da seleção goiana na inauguração do Serra Dourada em 1975. Jogou ao lado de Paguetti, Lincoln, Raimundinho; Matinha e Piorra; Nilson, Lúcio Frasson, Macalé, Alexandre e Lula. Foi a seleção goiana que venceu Portugal e, como sempre, Fernandinho foi o destaque. O time do céu ganha um grande reforço. Vai se reunir com outros grandes jogadores. Ao Zé Teodoro e à toda família, apresento os meus sentimentos mais sinceros, pois a gente perde um grande amigo”.
Fernandinho era um jogador cheio de virtudes, como lembrou Edson Rodrigues, e não enchia o os olhos, apenas, da torcida colorada.
“Um jogador disciplinado, altamente profissional, de um talento extraordinário, que nunca foi esquecido pelo torcedor do Vila Nova e do bom espetáculo”.
O comentarista Evandro Gomes, com emoção lembrou de Fernandinho, e da boa relação que tinham, de amizade, quando o ponta direita veio de Anápolis para Goiânia.
“Pra mim, falar do Fernandinho é fácil, porque na minha vida de repórter nos anos 70, cobri por muito tempo o time do Vila Nova e cobri a seleção goiana. Quando ele veio do Anápolis para o Campinas, que fez uma fusão com o Vila Nova, e treinavam no estádio Valtrudes Cunha, tínhamos um convívio extraordinário, talvez fosse o meu melhor amigo na época. Era muito próximo o nosso convívio com os jogadores na época”, lembrou o “Mais Sensato”, que o classifica, assim como Edson Rodrigues, como o maior ponta direita da história do Vila.

“Vi partidas memoráveis dele, nos melhores times que o Vila teve. Ele jogou com Curió, Mosca, Guilherme, Zé Luiz, Modesto, Danival, Jorge Vitório, Serginho e tanta gente boa, de destaque no Vila Nova, que a história registra ele como o maior ponta da história do clube colorado. Ninguém foi maior que ele, tanto que saiu do Vila e foi para o Santos”.
E no Santos, Fernandinho jogou com grandes nomes do futebol brasileiro e, claro, ao lado de Pelé, com quem dividia o quarto nas concentrações. História que Fernandinho sempre lembrava quando era questionado sobre o convívio com os companheiros de Peixe.
“Era um time que tinha Marinho Peres, Edu, Clodoaldo, Nenê, Hermes e simplesmente, com um homem chamado Pelé. Eles eram parceiros de quarto e eu brincava com ele: como é que é? O que o homem faz a noite e tal? Ele ria e contava histórias maravilhosas. A década de 70 foi dele. Extraordinário, figura humana inesquecível”, lembrou Evandro Gomes, que ao finalizar sua homenagem a Fernandinho, com emoção, fez questão de citar a família e como era fora de campo.
“Foi um grande pai. Baiano, gente boa, que se tornou goiano. Era de Santa Maria da Vitória, e veio pra Anápolis muito cedo. Irmão do Zé Teodoro e do Gilson Bonfim, que depois em Anápolis, se tornou comerciante na área de secos e molhados e representante do arroz Cristal. Duro falar do Fernando, era um grande amigo. Eu lamento profundamente, lamento mesmo, porque se você pensar em um jogador de futebol que era um cara do bem, foi o Fernando. Nos deixou, tristeza pra mim”, finalizou.