Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes Foto: Reprodução Twitter

O debate nas eleições 2018 a nível local e principalmente no campo nacional tem sido focado nas pessoas e não nas propostas. Chegamos na última semana de campanha eleitoral, pelo menos neste primeiro turno e assuntos importantes estão deixando de ser debatidos. Os presidenciáveis pouco tem falado sobre propostas que de fato interferem na vida das pessoas, como: Saúde, Educação, Segurança Pública, Trabalho e Emprego, Economia, Política Externa, entre outros.Um exercício de cidadania. A eleições passam, os problemas ficam.

As discussões tem sido personificadas no sentido de dizer que o candidato da preferência é bom e que o outro é ruim, alimentando um clima de torcida organizada. O debate personificado não leva a lugar algum. Faltando seis dias para a realização do primeiro turno das eleições, ainda há tempo de conhecer o que os candidatos pensam e se de fato as propostas vão de encontro a sua necessidade, falando individualmente, ou coletivamente a necessidade do país.

Muitas pessoas tem aversão a política, não gostam de discutir política, mas é preciso lembrar que são as decisões políticas que interferem nas demais ações. Uma decisão política, por exemplo, pode interferir na política econômica. Como sugestão neste período eleitoral, devemos aproveitar o momento para pensar no futuro do país, por isso, os assuntos devem ser discutidos entre as famílias, nos grupos sociais, mas com civilidade.

O que temos visto é que o debate tem provocado acirramentos diversos. As redes sociais tem sido um espaço de guerra, em que as pessoas ferem umas as outras defendendo ideologias, mas em poucos momentos questionando projetos de desenvolvimento do país. Abaixo gostaria de exemplificar situações na área econômica que os dois principais candidatos (neste momento) estão apresentando, mas que não explicam.

Fernando Haddad (PT): O Partido dos Trabalhadores deveria assumir publicamente que a ex-presidente Dilma Rousseff errou na condução da política econômica e que levou o Brasil numa recessão. Haddad diz que criará milhões de empregos. Mas até o momento não detalhou como. Apenas reforça que o Brasil voltará ao crescimento do período em que Lula foi presidente. Os que defendem o PT, no geral tem se limitado a criticar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Jair Bolsonaro (PSL) ou aliados têm apresentado posicionamentos polêmicos como: a criação de um imposto nos moldes da CPMF, mudanças no Imposto de Renda e ainda a declaração do general Mourão sobre o fim do 13º salário. Assim como Haddad, Bolsonaro não explicou como um eventual governo promoverá a geração de empregos.

Sobre o 13º Salário, Bolsonaro disse que é cláusula petrea, ou seja, que não podem ser modificadas. Bolsonaro tem quase 30 anos de Congresso Nacional e ainda não aprendeu que 13º Salário não é cláusula petrea. As cláusulas petreas estão no artigo 60 da Constituição Federal, o 13º Salário está no artigo 7º. Então, pode sim modificado. A declaração tende a indicar que somente no Brasil, tem esse benefício, o que não é verdade. Na Áustria, por exemplo, há 14º salário, nem por isso são taxados de comunistas.

Poderia ainda questionar os demais candidatos. Ciro com a proposta de limpar nome das pessoas do SPC. Alckmin em zerar o déficit fiscal em dois anos. Hoje é em torno de R$ 150 bilhões ano; Meirelles com geração de 10 milhões de emprego (Porque então não diz a receita para o Michel Temer, do partido dele), e por aí vai.

Minha análise fica por aqui, não estou aqui querendo criticar candidato A ou B, mas a forma de debate que gira em torno deles, um debate personificado que não provoca resultados positivos para o país, mas apenas um discurso de ódio, violência, em que só vale o que eu penso, o que o outro pensa não vale. Nem tudo que a esquerda defende deve se demonizado pela direita e vice-versa. Precisamos sair desse cenário e abrir os olhos da razão, analisar os projetos destacados acima e também dos outros 11 candidatos e não apenas centralizar numa discussão entre “coisos” e “petralhas”.