Júnior Brandão fala em entrevista exclusiva à Sagres 730 sobre a carreira, dificuldades e sonha com a seleção (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC)

A vida de Júnior Brandão é marcada por altos e baixos, como o próprio define em entrevista à Sagres 730. Aos 23 anos de idade, vive um dos melhores momentos na carreira, com a titularidade no Goiás, expectativa de disputar a elite do futebol brasileiro e com uma vida financeira estável. Uma situação bem diferente da que viveu ao fim de 2017, quando pensou em encerrar a carreira e desistir do sonho de ser jogado

“Eu passei por um período muito difícil até conseguir mostrar o meu futebol. Depois da Série D pelo Novo Hamburgo, eu fiquei seis meses desempregado. Não conseguia clube algum. Estava desanimado porque eu morava com outra mulher. Isso não era bom. Eu não tinha nada em casa, não tinha dinheiro. O que me salvava era os jogos da várzea. Pensei em desistir. Mas Deus tocou o dedo no coração de alguém que abriu as portas para mim no Iporá. Eu também não queria vir, mas graças a Deus eu vim e consegui mudar a minha vida no Iporá”, relembrou o jogador.

Após se destacar no Iporá, Júnior Brandão se transferiu para o Atlético, clube em que chegou a brigar pela artilharia da Série B até ser negociado com o Ludogorets, da Bulgária, em uma negociação que rendeu ao Dragão R$ 7 milhões.

Por ter ganhado visibilidade nacional e internacional, Júnior Brandão também guarda um carinho especial pelo Atlético, mas garante que isso não vai diminuir a sua vontade em marcar um gol pelo Goiás.

“Pelo Atlético, eu tenho um carinho enorme pelo que eles fizeram pela minha carreira, me levantaram para o futebol. Não posso deixar de agradecer. Mas agora tenho de honrar a camisa do Goiás, independentemente de qualquer coisa. Se eu fizer gol no clássico, vou comemorar para o meu filho. Não quero provocar a torcida, não quero provocar nenhum lado, não quero nada. Só quero comemorar para o meu filho”, completou o jogador.

Além de falar sobre a relação com o ex-clube, Júnior Brandão também relembrou outros momentos da sua carreira, vida na Bulgária, fome quando jogou em Santa Catarina e desejo de vestir a camisa da seleção brasileira

Leia a entrevista de Júnior Brandão à Sagres 730

Ter marcado contra o Vila Nova tirou um peso neste início de jornada no Goiás?

Diminui o peso, mas não posso deixar a desejar. Tem jogadores importantes brigando pela minha posição, como o Brenner. Tem de manter a tranquilidade, fazer nosso papel dentro de campo e dar o máximo.

Como foi a passagem pelo Ludogorets, time da Bulgária?

Passei momento por um momento muito difícil da minha vida. Eu estava longe de todo mundo, só tinha minha esposa e meu cunhado. Consegui superar, com a ajuda do meu empresário. Pedi para ele ser emprestado e deu certo. Mas foi um tempo bem difícil.

Como foi para superar esse momento?

Bastante conversa com minha esposa. Tinha dias que eu chegava desanimado, mas minha esposa me deu muita força, conversava comigo, tentava mudar a minha cabeça. Isso me deixou bem mais tranquilo.

Teve dificuldades para se comunicar na Bulgária?

Para comunicar com o povo da Bulgária era difícil, mas como o clube tinha muito brasileiro, isso foi bem mais tranquilo para mim. Eles estavam lá há tempos, sabiam a lingua. Eles me ajudaram bastante.

Gostou da comida?

Comida em restaurante era difícil, mas tinha muito risoto. Eu comia mais fruto do mar.

Qual o seu objetivo?

É como eu falo. Eu sou um jogador que dou toda a minha raça. Não posso deixar a desejar em nenhum momento. Quero conquistar o meu espaço. Eu me dedico ao máximo. Se der para ser artilheiro, ficarei bem feliz.

Como ter foco quando não há oportunidades?

A gente tem de estar focado, independente do que acontece no clube. No Novo Hamburgo, eu não esperava ser chamado nas quartas de final. No meu primeiro toque já fiz o gol. Tenho de estar focado porque a oportunidade não bate na porta e não avisa. A oportunidade veio e eu aproveitei.

Você pensou em parar de jogar no ano passado. Por quê?

Eu passei por um período muito difícil até conseguir mostrar o meu futebol. Depois da Série D pelo Novo Hamburgo, eu fiquei seis meses desempregado. Não conseguia clube algum. Estava desanimado porque eu morava com outra mulher. Isso não era bom. Eu não tinha nada em casa, não tinha dinheiro. O que me salvava era os jogos da várzea. Pensei em desistir. Mas Deus tocou o dedo no coração de alguém que abriu as portas para mim no Iporá. Eu também não queria vir, mas graças a Deus eu vim e eu consegui mudar a minha vida no Iporá.

Consegue refletir como a sua vida se transformou em um ano?

Eu sento com a minha esposa e conversamos bastante. Nesta semana mesmo falamos sobre isso. Falei com ela “nossa, amor. Ano passado nós não tínhamos nada, agora olha o apartamento que estamos morando”. Eu lembro bastante do passado. Chego até a me emocionar quando eu me lembro. Já passei por muita coisa e poucas pessoas sabem o que eu passei.

Qual foi o momento mais difícil da carreira

Momento mais difícil da minha vida foi em 2015, quando fui jogar o Catarinense sub-20. Joguei a Taça São Paulo e não consegui arrumar nada depois. Eu morava em um alojamento com outros jogadores, me destaque, fui artilheiro do sub-20 e subi para o profissional. Nosso time foi campeão e só eu fui para profissional. O alojamento era enorme. Não tinha ninguém para fazer comida, ninguém para nada. Cheguei a dormir com fome. Foi um momento difícil para mim, mas eu superei. Fui artilheiro no profissional, minha vida deu uma subida, depois caiu de novo, mas agora está boa de novo.

Qual o sentimento pelo Atlético?

Pelo Atlético, eu tenho um carinho enorme pelo que eles fizeram pela minha carreira, me levantaram para o futebol. Não posso deixar de agradecer. Mas agora tenho de honrar a camisa do Goiás, independentemente de qualquer coisa.

Vai comemorar gol?

Se eu fizer gol no clássico, vou comemorar para o meu filho. Não quero provocar a torcida, não quero provocar nenhum lado, não quero nada. Só quero comemorar para o meu filho. Ele está na barriga da minha esposa tem três meses e vai se chamar Henry.

Quem foi importante para essa sua recuperação?

Uma pessoa que me ajudou bastante é a minha esposa. Estamos juntos há dois anos. Desde então, nossa vida tem mudado. Ela tem sido fundamental, me ajuda e me apoia em tudo.

O que você projeta para o futuro?

Eu vou dar o meu máximo buscando algo maior. Creio que aqui é um degrau para eu subir mais alto ainda. Meu contrato no Goiás é empréstimo. Todos sabem que eu tenho contrato na Bulgária. Vou dar o meu máximo pelo Goiás e vou tentar a artilharia. Quero chegar em um lugar bem mais alto. Quem não quer vestir a amarelinha? Todos querem. Estou tranquilo, focado e vou aproveitar.

Quem seria o parceiro dos sonhos?

Ah, isso é difícil! Parceiro mesmo, eu sei que é bem difícil, mas eu gostaria de jogar ao lado do Neymar, ele é um grande jogador. O que Deus preparar, eu agradeço.

Opinião sobre o primeiro mês de trabalho de Maurício Barbieri?

O Maurício é um ótimo treinador, apoia todo mundo, conversa com todo mundo. Não tem aquela de conversar só com quem é dele. O grupo é muito unido, todos são amigos. Isso é fundamental e ganha campeonato

Importância de se manter invicto contra o Atlético?

Se vencer o Atlético, a gente praticamente já entra na história. São poucos times invictos no Brasil. Nós estamos nesse grupo. Estamos vivendo um momento muito bom e queremos ganhar do Atlético para manter isso.

 

Ouça a entrevista na íntegra com Júnior Brandão

{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/569048490&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}