Criadas em março de 2018, as universidades supernovas ainda buscam independência para poderem operar. As novas instituições esbarram na burocracia para contração de servidores e, mesmo os reitores só foram nomeados no final de 2019. A reitora Pro Tempore da UFCAT, Roselma Lucchesi, explicou em entrevista à Sagres, que pela demora de quase dois anos para a nomeação dos reitores, as novas universidades ainda não finalizaram o próprio estatuto e que, por isso, as mudanças que serão implantadas nessas instituições ainda não tiveram início.

“As propostas de mudança são grandes, seremos três universidades (UFCAT, UFJ e UFG) muito distintas uma das outras. Agora, estamos com o estatuto corrigido, visto pelo Ministério da Educação. Hoje mesmo temos uma reunião de aprovação da ata da correção do estatuto e, muito provavelmente, teremos ele publicado. Teremos pela primeira vez um estatuto próprio, tanto da UFJ quanto da UFCAT”.

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Em Goiás, foram criadas a Universidade Federal de Catalão (UFCAT) e a Universidade Federal de Jataí (UFJ), que antes respondiam à Universidade Federal de Goiás (UFG). No Brasil, além das duas localizadas em Goiás, existem mais quatro supernovas: Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) e Universidade Federal do Norte do Tocantins.

A Lei Complementar Nº 180, que permite o preenchimento de cargos com atribuição de funções e gratificação para servidores já concursados, pelas universidades supernovas, foi sancionada no último dia 15 de abril. A Lei pode agilizar o processo para que as supernovas ganhem autonomia.

A reitora contou que as limitações atuais faz com que a UFCAT trabalhe com os servidores lotados na UFG, mas que com a liberação e as chegadas de profissionais para instituição em Catalão, uma nova identidade será formada. “Somos um polo do interior, nós temos aqui a missão de desenvolvimento das regiões em que nós estamos implantados e existe uma característica bastante peculiar para cada região dessa”.

Roselma também explicou que a faculdade tem funcionado com a “coragem” de servidores que assumem os cargos com todas as atribuições, mas sem as gratificações ou sem poder representar a faculdade. “Então, a ausência da liberação do que está previsto em lei, especialmente, nos cargos e funções, elas nos colocam numa condição muito frágil administrativamente e juridicamente”.

Para operar plenamente, a UFCAT precisa de cerca de 353 servidores, entre professores, coordenadores, diretores, reitores etc. Hoje, a instituição tem cerca de 81 servidores novos, já concursados, trazidos de outros locais. “Nós temos mais de 200 cargos e funções para serem liberados só na UFCAT. Então mais ou menos essa mesma quantia de cargos e funções estão previstas na lei de criação das outras cinco universidades do país”.

A Universidade Federal de Catalão tem, hoje, 31 cursos de graduação, 12 de mestrados três cursos de doutorado, além de cursos de pós gradução stritu sensu e latu sensu. São cerca de 4 mil alunos de graduação, 1.000 de pós stritu sensu e lato sensu. A instituição conta ainda com 300 professores efetivos e 180 técnicos administrativos, com a mesma quantidade de servidores terceirizados em serviços essenciais.