O Atlético Clube Goianiense sofreu baixas importantes após a vitória do último domingo (11) sobre o Red Bull Bragantino pelo Campeonato Brasileiro da Série A. O jogo marcou a despedida do técnico Vágner Mancini que se transferiu para o Corinthians e também do volante Edson, que está de malas prontas para a Arábia Saudita.

Apesar do bom trabalho do treinador à frente da equipe rubro-negra, a saída de Edson foi mais sentida tanto pelo staff do clube quanto também pelos torcedores nas redes sociais. Contratado principalmente pela sua experiência na primeira divisão, o jogador foi titular absoluto desde o início da temporada, era peça fundamental no meio-campo atleticano e vai embora do país após 28 partidas e 1 gol marcado pelo Dragão.

“É muito importante ter o carinho dos torcedores, do clube, jogadores e comissão. Fico muito feliz porque isso é fruto de um trabalho bem feito, não só meu mas de toda a equipe. Fico feliz, mas ao mesmo tempo de coração partido porque estou deixando um trabalho no meio do caminho. Claro que é por um objetivo que via acrescentar muito na minha carreira assim como o Atlético-GO, mas já era um sonho meu jogar fora do país e agora está se concretizando. Eu só tenho que agradecer a esse clube gigante”, destacou Edson em entrevista à Rádio Sagres.

Pelas boas atuações e jogos importantes com a camisa do Atlético-GO, a diretoria se esforçou para manter o atleta até o fim do Brasileirão, mas não conseguiu concorrer com a proposta feita pelo Al-Qadisiyah. Além do lado financeiro, o clube árabe também ofereceu dois anos de contrato para o jogador de 29 anos.

“Eu me identifiquei muito com o Adson (Batista) porque ele é um presidente que fala a verdade eu sempre prezo quem fala a verdade. Como ele falou, ele fez de tudo e mais um pouco até para que eu permanecesse. Mas já era um sonho meu de dois ou três anos e não tinha como eu recusar. Se tem uma pessoa que brigou para eu ficar foi o Adson, juntamente com o Eduardo (Souza), João (Paulo Sanches). Fico triste por eles porque fizemos quatro ou cinco reuniões e acabou não dando certo”, explicou o volante.

Edson deixa a equipe goiana sem ter terminado uma competição. Por conta da pandemia o Campeonato Goiano foi paralisado em março e só será retomado em 2021, enquanto a Copa do Brasil e o Brasileirão ainda estão em andamento. Sendo assim, está nos planos do atleta voltar ao Atlético-GO para terminar o que não foi possível nesta temporada.

“Com certeza (desejo de voltar). Até porque jamais eu gostaria que um clube me mandasse embora no meio de uma temporada ou no meio de uma competição, agora imagina eu saindo no meio do campeonato querendo ou não deixando um legado importante onde você sente o carinho das pessoas. Eu tive uma experiência ao contrário na Ponte Preta e não gostei, então automaticamente o Adson tentou de tudo e claro não ficou satisfeito. Mas ele sabe, ele me entende e eu pontuei tudo para ele que era uma posição minha. Deus vai abençoar para que um dia, quem sabe, eu possa voltar ao Atlético-GO para terminar história porque a sensação é que ainda não terminou”, afirmou.

Mesmo com a experiência de Série A adquirida em suas passagens por Fluminense e Bahia, no último ano estava disputando a segunda divisão pela Ponte Preta. Por isso, agradeceu a oportunidade de voltar à elite do futebol brasileiro defendendo o Atlético-GO em 2020.

“Essa palavra ‘gratidão’ ficou para poucos. Eu já sabia que ira sair e eu mesmo quis jogar (contra o Bragantino). Eu prezo muito por essa palavra ‘gratidão’ e reconheço o que as pessoas fazem por mim, então tenho que retribuir de alguma forma. Eu só tenho que agradecer tudo que o clube me fez, fui acolhido de uma forma que me deixaram muito à vontade”, disse.

(Foto: Heber Gomes/ACG)

Parceria

Com a saída do Atlético-GO, Edson deixará para trás a parceira com Marlon Freitas. Apesar de companheiros na época de Fluminense, foi no Dragão que os dois fortaleceram uma parceira no meio-campo. Nas redes sociais os torcedores apontavam como as melhores contratações da temporada e relembraram jogadores que fizeram história no setor com a camisa rubro-negra: como Róbston e Pituca, Michel e Pedro Bambu.

“Vou sim (sentir falta de Marlon)! Ele é muito bom jogador, uma ótima pessoa e está muito bem no campeonato. Nós nos encaixamos muito bem. Eu já o conhecia desde a época do Fluminense, mas não jogamos tanto assim e pudemos nos encontrar agora e desempenhar um bom futebol. Essa comparação é bacana, é uma honra muito grande para mim e para o Marlon e ser comparado como um dos melhores da posição me deixa muito feliz. Com certeza eu saio pela porta da frente, então espero voltar um dia e terminar minha história no Atlético-GO”, frisou.

Dicas do ex-companheiro

Mesmo firme na ideia de encarar a primeira experiência internacional da carreira, o volante foi buscar informações sobre o novo clube e o novo país com um ex-companheiro. Colega de time até agosto, o meia Jorginho, hoje no Athletico-PR, também defendeu o Al-Qadisiyah e deu conselhos ao camisa 5.

“Eu conversei com ele (Jorginho) e me disse que a cidade é muito boa de morar. Falou muito bem do clube também, que é organizado e tem uma boa estrutura. Eu já estava decidido, mas as informações que ele me passou foram legais e só fizeram me ajudar mais ainda na escolha”, revelou Edson.

Ouça na íntegra a entrevista de Edson à repórter Nathália Freitas: