Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que com uma taxa de 89,5% de arborização por 100 mil habitantes, Goiânia é a primeira entre as cidades acima de um milhão de habitantes no Brasil com mais árvores, sendo a segunda mais arborizada do mundo.

Conforme um levantamento feito pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Goiânia tem 94 metros quadrados de áreas verdes para cada cidadão, perdendo apenas para Edmonton, no Canadá, que possui um quantitativo de 100 metros quadrados de área verde por habitante.

Alameda dos Buritis

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Quem anda pela capital logo nota o verde presente nas cerca de 30 Alamedas – Avenidas densamente Arborizadas – existentes em Goiânia. Batizada com o nome do Bosque, a Alameda dos Buritis é uma das vias mais importantes da cidade. Com cerca de 1,3 km de extensão a Alameda se localiza entre o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) – no Setor Oeste – e a Avenida Anhanguera – no centro.

Ao longo da via estão circunscritos prédios relevantes para a sociedade, como por exemplo, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Todavia, no passado o cenário era bem diferente.

Em entrevista exclusiva à Rádio 730, o escritor e historiador Bariani Ortêncio destaca que na época da fundação de Goiânia as carroças dominavam o trânsito e o lago do Bosque dos Buritis era uma mina de água. “O governo queria instalar o Tribunal de Justiça nas redondezas, o Fórum. Queriam fazer o estacionamento do Fórum dentro do Parque. Na época eu protestei, não deixei, fui até nos jornais”, relembra Ortêncio.

Após os protestos de Bariani Ortêncio e de outros membros da Sociedade Civil, o governo não construiu o estacionamento do Fórum dentro do Bosque dos Buritis. Entretanto, segundo o escritor, o mesmo não aconteceu no caso da Casa da Cultura. “O governador era o Eurípedes Caiado na época e ele decidiu fazer um museu com estacionamento dentro do Parque. Logo ele deu início à colocação das estruturas de ferro. Nós ficamos em cima também mas o prefeito de Goiânia, Índio Artiaga, mandou passar o trator e criou o estacionamento e o lago artificial. Isso acabou com o Bosque”, pontua o escritor.

Alameda das Rosas

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Ponto Turístico goianiense, a Alameda das Rosas também é uma das vias mais movimentadas da cidade. Em seus cerca de 2,5 km de extensão a Alameda circula o Parque Lago das Rosas, área verde que abriga o Zoológico de Goiânia. A via fica entre a Rua 29-A – no Setor Aeroporto – e a Avenida Anhanguera.

Segundo dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (Cau Goiás), em 1937, diretores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, aproveitando-se da considerável mata que havia na região, orientaram a instituição do Horto Florestal de Goiânia. Em 1941, foi fundado o Balneário Lago das Rosas, com o objetivo de proporcionar lazer à população de Goiânia, que, à época, constituía-se de quase 40 mil habitantes.

A criação do Balneário também foi considerada um ato político que marcaria a intersecção entre Campinas e a nova Capital. Assim, nos fundos de vale e junto às nascentes do córrego Capim Puba, foi criado o balneário com o lago, que foi cercado de roseiras, tornando-se um clube popular, no qual podia tomar banho e nas matas do Horto Florestal, fazer programas familiares.

O escritor e historiador Bariani Ortêncio destaca que o lago era utilizado como piscina pública pelas classes menos abastadas. “Era uma piscina pública utilizada pela população. A elite goianiense frequentava o Jóquei Clube de Goiás”.

Ainda segundo Ortêncio, a origem do nome do Parque é contraditória. “Dizem que tinha esse nome de Rosa porque tinha uma moça muito bonita com esse nome que frequentava lá e o Jerônimo Bueno, que é um dos precursores de Goiânia era apaixonado por ela. Mas não foi isso, quando Pedro Ludovico fundou Goiânia ele quis fazer uma cidade moderna e eles fizeram umas muretas lá em art decó, totalmente decoradas com as flores”.

Apesar de serem obras fundamentais para a fluidez do trânsito, o historiador afirma que a construção da Alameda dos Buritis e da Alameda das Rosas causaram sérios impactos no meio ambiente. “Naquele tempo ninguém conhecia o que era ecologia, acabaram com tudo”, lamenta Bariani Ortêncio.

Confira a reportagem na íntegra:

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Com informações da repórter Jordanna Ágatha

 

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