O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Goiânia teve variação de 0,21% em março, superior ao de fevereiro, que foi negativo: -0,14%. Os vilões da inflação foram saúde, vestuário e alimentação. Os medicamentos voltaram a ser vendidos pelos preços de tabela, ou seja, muitas farmácias abandonaram as promoções, já de olho no reajuste autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso significa que a previsão, para abril, é de inflação ainda maior, pois o reajuste será aplicado sobre o preço de tabela.
As roupas e calçados tiveram reajuste de 1,37% em março, perfazendo um total acumulado, nos últimos 12 meses, de 15,47%. A alimentação foi o que menos puxou a inflação para cima em março: apenas 0,16%, com acumulado de 6,63% em 12 meses.
De acordo com a superintendente de Estatística, Pesquisa e Informação da Secretaria Estadual de Planejamento (Segplan), Lílian Maria Prado, a alta dos preços de roupas e calçados deve ser atribuída às mudanças de estação, que obrigam os lojistas a colocar novas coleções no mercado.
A alimentação provocou um impacto menor devido à quaresma, período em que o consumo de carnes diminui, logo, os preços caem. O quilo de costela, por exemplo, ficou 6,43% mais barato de fevereiro para março. A carne de porco também ficou 5,74% mais barata. A quaresma também foi responsável pelo aumento da procura de frutas e hortaliças. Os preços, porém, se mantiveram negativos, com queda de 3,10% e 10,19%, respectivamente.
Para abril, a previsão é de inflação positiva, devido ao reajuste de preços dos medicamentos, autorizado pela Anvisa. A agência determinou um teto de até 5,85%, mas o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais da Segplan, Marcelo Eurico de Sousa, acredita que o reajuste médio será de 2,81%. “Suficiente para provocar impacto e uma inflação positiva”, reconhece.
Dos 205 produtos e serviços pesquisados pela Segplan, 117 apresentaram alta nos preços; 31 ficaram estáveis e 57 tiveram variações negativas. Em índices gerais, o grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 1,45%; o grupo vestuário teve reajuste de 1,37%; alimentação, 0,16%, sendo alimentação em casa alta de 0,04% e alimentação fora de casa, de 0, 51%.
Comunicação, transportes e habitação tiveram redução de 1,10%, 0,31% e 0,01%, respectivamente. A concorrência entre operadoras de telefonia celular tornou esta modalidade de comunicação, em média 1% mais barato.
Goiás Agora