Ainda falta um jogo, uma decisão de 3º lugar de Copa do Mundo, mas o técnico Luiz Felipe Scolari já deu o tom, e ele é o de despedida do comando da Seleção Brasileira. Ao lado do zagueiro Thiago Silva, o treinador concedeu a entrevista coletiva obrigatória da FIFA, no Estádio Nacional, em Brasília, e deu a entender que o duelo contra o Holanda, neste sábado, às 17h, será o último da trajetória. O treinador destacou, inclusive, que a vida pós-Copa será diferente.

“Eu não vou sair da mesma forma que entrei, tem tantas coisas que eu vivi nesses 45 dias que vão ser acrescidas na minha vida, pra melhor ou para pior, e depois poderei fazer um balanço na sequencia da minha vida. O que eu vou fazer nesse dias, primeiro, é pagar minhas contas, ajeitar minha vida particular. Depois vou tentar conversar com a família, explicitar para eles algumas coisas que vivi. Depois quero seguir minha vida, mas claro que não vai ser a mesma coisa de quando eu assumi”

Sem querer confirmar a saída e o fim do ciclo na Seleção, o treinador preferiu deixar tudo para após o duelo contra os holandeses. Entretanto, destacou que o trabalho não pode ser avaliado como um desastre apenas pela goleada sofrida diante da Alemanha por 7 a 1, já que se a derrota tivesse sido por 1 a 0, o objetivo estipulado não seria alcançado da mesma forma.

“O meu trabalho começou e termina após o ultimo jogo da Seleção Brasileira, e o último jogo é amanha. Termina aí a primeira etapa do trabalho, eu apresento um relatório e depois é outra situação em que o presidente e o Marco Polo vão conversar, vamos ver o que acontece. Eu sei que, em um ano e meio, nós tivemos situações muito boas, eu não posso ver e não sei como todos podem ver o trabalho por apenas um jogo. O que interessava era chegar a final, não cheguei e estou em débito, mas não vejo como negativo, a não ser um resultado que foi catastrófico de 7 a 1”

A preparação brasileira durante a Copa, que já havia sido criticada após a goleada de terça-feira, voltou a ser tema da coletiva e Felipão voltou a defender como o planejamento foi conduzido. O treinador destacou que não é uma questão de fechar o treinamento ou não que faz a equipe vencer uma partida, e mostrou que seria “perseguido” até se fechasse algumas movimentações na Granja Comary.

“Se eu abro os treinos, vocês me criticam, se eu fecho os treinos, vocês me criticam. Eu tenho que fazer aquilo que eu acho correto, onde eu estou e com a situação que eu tenho. Nem dá para fazer treino secreto, não existe isso mais. Agora a pouco estava treinando a Holanda e o helicóptero estava lá em cima. Não existe, esquece. Nós poderíamos tentar fechar tudo ao redor, mas não é isso que ganha jogo.”