A cidade está uma zorra total e o fato não provoca nem piscadela das autoridades tidas como responsáveis. Quem deseja descumprir a lei para agredir o Plano Diretor está à vontade, pois Goiânia é uma imensa casa da mãe Joana. Se a vocação de determinada atividade é aumentar a bagunça nas ruas, a prefeitura e o governo colaboram e até financiam.

No momento, tramitam duas tramoias que vão piorar a qualidade de vida em Goiânia. Um trambique foi enviado por Paulo Garcia à Câmara, outro já está aprovado por Marconi Perillo na Assembleia. Paulo quer transformar em casamento seu namoro com as máfias e para isso mexe em ruas, tamanho de prédios, enfim, no que mandarem. Marconi pretende agradar aos financiadores de campanha entregando terrenos vitais. E a população? Ora, a população que se dane.

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Ouvem-se somente vozes isoladas de deputados e vereadores criticando as mudanças desejadas por Paulo e Marconi.

O governador vai vender três quartéis da Polícia Militar em frente ao Parque Areião. As empreiteiras fazem a festa com espigões de cem metros fechando nascentes que abastecem o parque. A farra vai aumentar, porque o terreno da PM cabe no mínimo dez torres.

A Assembleia, em vez de elevar a voz contra o banditismo, concordou quietinha. Quando deputado briga é por causa de mensaleiro e Cachoeira, não para defender Goiânia.

O prefeito pretende ser candidato a governador em 2014. Para isso, será obrigado a abandonar de vez a cidade daqui a exatamente um ano. Não há tempo para cumprir as centenas de promessas de campanha, mas dá tempo de acabar com Goiânia. O prefeito deixa os poluidores dinamitarem o sossego das famílias, eliminarem o horizonte com painéis luminosos, encharcarem o céu com chumbo. A Câmara, em vez de gritar contra a ladroagem, concorda quietinha. Quando vereador briga é por causa de vaga no Paço, não para defender Goiânia.

Se você não é empreiteiro, nem poluidor e muito menos especulador imobiliário, receba uma péssima notícia: você não é prioridade. Aqui, manda quem pode e obedece quem tem prejuízo.