Nesta sexta-feira (6) o Manhã Sagres entrevistou o promotor eleitoral Douglas Chegury sobre uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás. Intitulada de Operação Leão de Neméia, a ação apura se a empresa de pesquisa eleitoral recebia de políticos para manipular dados favoráveis a eles nos levantamentos contratados.

De acordo com o promotor, na segunda fase da operação o MP pretende identificar quais candidatos se aproveitaram da fraude para ganhar vantagem em seus municípios.

“A abrangência dessas fraudes que foram praticadas é muito grande e os candidatos que nós identificarmos que tiveram participação direta nas fraudes estão sujeitos a responder pelos crimes da mesma forma que a empresa e o responsável pela empresa”, explica.

Douglas ressalta ainda que, caso os candidatos que se valeram dessas pesquisas sejam eleitos, pode haver a impugnação do mandato eletivo.

A estratégia que o MP deve seguir a partir de agora, segundo o promotor, é cruzar os dados recolhidos até o momento. “Nós reunimos um material muito grande. (…) Só com o cruzamento de todas essas informações é que vamos conseguir o conjunto de provas o suficiente para revelar quais foram esses candidatos e em que medida eles serão responsabilizados”.

Zonas eleitorais

O promotor explicou na entrevista que, embora a operação abranja todo o Estado, a decisão do resultado das investigações deve ser tomada por cada zona eleitoral.

“Vamos reunir todo material que diz respeito a outras zonas eleitorais e encaminhar para os promotores de justiça dessas zonas, de forma que eles tomem as medidas cabíveis. Porque aqui em Alvorada do Norte nós só temos atribuição para atuar na propositura de uma ação com relação a esses seis municípios (Alvorado do Norte, Buritinópolis, Mambaí, Damianópolis, Simolândia e Sítio D’Abadia)”, conta.