O técnico Enderson Moreira se despediu do Goiás. Calma, torcedor, não foi uma despedida definitiva, mas sim uma despedida temporária, já que o treinador fará um procedimento cirúrgico nesta quarta-feira para fazer a oclusão de um forame oval pérvio, um pequeno buraco no coração. Em mais de 40 minutos de entrevista, Enderson explicou como tudo começou, quando tomou um susto em Belo Horizonte, e tentou tranquilizar familiares e todos ao seu redor.

“Em 2011 eu tive um mal súbito e, a partir daí, os médicos começaram a investigar e quase no último exame, que não sei falar o nome, foi diagnosticado isso. É uma coisa normal pelo que eles falam, muitas pessoas tem e não sabem, mas por essa mal súbito eu fui tomando medicamentos e nos últimos exames que eu fiz, o Dr. Sérgio achou melhor fazer esse procedimento no final da temporada. O presidente já estava sabendo, já deixamos avisado com todas as pessoas envolvidas”

O treinador esmeraldino tratou de transmitir toda a confiança possível para o seu auxiliar técnico, Luís Fernando Flores, que vai comandar a equipe contra o Santos, no domingo, às 17h, no Serra Dourada. O assistente já comandou o time em um jogo do Goianão nesta temporada contra o Grêmio Anápolis, quando Enderson estava com dengue. Sabendo que não será sua ausência que vai determinar a vitória ou derrota em campo, Enderson também respondeu alguns críticos, que achavam que ele devia esperar mais para fazer o procedimento.

Enderson02 Goias thiagoM“É o seguinte: eu tenho um prazo de recuperação e eu teria que fazer isso a um prazo muito anterior. O Dr. Sérgio falou que não era urgente, mas que se fosse ele, faria imediatamente naquela oportunidade. Eu estou convivendo com esse risco faz muito tempo em virtude do Goiás. Não é que eu quero curtir férias, apesar de entender que eu mereça muito isso. Eu me doei muito durante esse tempo todo, abri mão de muita coisa, abro mão da minha família, mas chega um ponto que eu preciso pensar em mim também”

A despedida é temporária, mas pode, ao longo do tempo, se tornar definitiva, já que o treinador ainda não renovou contrato e espera a definição da vaga para a Libertadores para abordar números e um projeto consistente para 2014. O treinador reconheceu que disputar a competição continental é algo muito motivador para a sua permanência, mas não quis garantir que voltaria a dar outra entrevista como técnico esmeraldino.

“Eu não posso garantir isso, sempre fui uma pessoa muito correta e sincera com isso. Tem a vontade das duas partes que isso possa acontecer, mas o acerto ainda não aconteceu, não falamos ainda em números, questão salarial e tudo mais. Uma coisa é o Goiás disputando o Estadual, Brasileiro, outra coisa é a Libertadores, que pode ser um foco do projeto, então a gente tem que pensar bem e tratar isso com tranquilidade. Vamos tomar a decisão no melhor momento”