Foto: Samuel Straioto / Sagres Online
A Enel Goiás continua em último lugar no ranking de qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica no País de acordo com relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado nesta sexta-feira (15). Os dados são relativos a 2018 e mostram que o consumidor goiano ficou, em média, 26,61 horas sem energia (DEC) no ano. A média nacional foi de apenas 12,85 horas.
Já a frequência de interrupções de energia (FEC), que apura a quantidade de queda de energia, foi de 15,03 vezes em Goiás contra média nacional 7,17. A frequência (FEC) das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 8,20 interrupções em 2017 para 7,17, em média, por consumidor em 2018, o que significa uma melhora de 12,56% no período.
A classificação do ranking nacional é elaborada com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC e FEC das concessionárias em relação aos limites regulatórios estabelecidos pela Aneel para esses indicadores.
Em 2018, o DGC da Enel foi de 1,65 o que a deixou em 30º lugar no ranking das empresas de grande porte (até 400 mil consumidores). Em 2017, seu desempenho foi 1,99. Quanto mais próximo de zero, melhor o desempenho. A primeira colocada foi a Energisa Sul Sudeste (ESS), com DGC de 0,65, seguida pela Companhia Santa Cruz de Energia (CPFL Santa Cruz) e pela Energisa Mato Grosso (EMT) e Companhia Energética do Maranhão (Cemar).
As últimas colocadas foram a Enel Rio de Janeiro (28º lugar ), a CEEE-D, (29º) e a Enel GO (30º). A Enel São Paulo ficou em 24º lugar (subiu do 28º lugar em 2017) e a Enel Ceará que ficou em 14º. No ano passado a Enel cearense tinha se classificado em 4º lugar.
Apesar de ser a última colocada, os indicadores da Enel Goiás melhoraram em 2018 se comparados com 2017. Naquele ano, seu DEC foi de 32,29 horas contra o limite de 14,01 horas da reguladora. A frequência de interrupção (FEC) caiu de 19,20 em 2017 para 15,03 em 2018. O FEC limite regulatório para a concessionária é de 11,51.
Em nota à Sagres nesta terça-feira (19) a Enel destaca exatamente essa melhora para justificar seus indicadores. “Considerando o Desempenho Global de Continuidade apresentado no ranking de 2018, o resultado é o melhor dos últimos 5 anos, o que significa que a Enel Distribuição Goiás está mais próxima do limite ideal estabelecido pela Aneel”, disse a nota.
Já a Aneel, alega que houve melhora em todas as distribuidoras brasileiras por conta de suas ações de fiscalização em 2018. O governo de Goiás fez nesta segunda-feira (18) nova reclamação contra a distribuidora goiana na agência nacional.
A Aneel informou que estabeleceu penalidades para as distribuidoras que não cumpriram seus indicadores médio. Entre elas, estabeleceu uma regra que restringe a distribuição de proventos aos acionistas (dividendos e juros sobre o capital próprio) em caso de violação dos limites estabelecidos para DEC e FEC por dois anos consecutivos, ou por três vezes em cinco anos.
Em 2018, as distribuidoras Cocel, CEEE-D e Enel Goiás entraram na condição estabelecida para a restrição, estando proibidas, ao longo de 2019, de distribuir proventos em valor superior ao mínimo legal definido pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
A Aneel avaliou todas as concessionárias do país no período de janeiro a dezembro de 2018, divididas em dois grupos: concessionárias de grande porte, com número de unidades consumidoras maior que 400 mil; e concessionárias de menor porte, com o número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.
Segundo a agência, o ranking é um instrumento que incentiva as concessionárias a buscarem a melhoria contínua da qualidade do serviço. Desde 2013, ele é considerado na movimentação tarifária das distribuidoras de energia e é publicado anualmente.
Confira a seguir o Ranking 2018 das concessionárias de grande porte
Posição |
Distribuidora |
DGC |
1 |
ESS* |
0,65 |
2 |
CPFL Santa Cruz |
0,67 |
3 |
EMT |
0,69 |
3 |
CEMAR*** |
0,69 |
5 |
EMG |
0,71 |
5 |
EPB |
0,71 |
7 |
CPFL-PAULISTA |
0,73 |
7 |
EMS |
0,73 |
7 |
CELPA*** |
0,73 |
10 |
EDP ES |
0,75 |
11 |
ETO |
0,76 |
12 |
CPFL- PIRATININGA |
0,77 |
13 |
ELEKTRO |
0,78 |
14 |
ESE |
0,82 |
14 |
CEMIG-D |
0,82 |
14 |
ENEL CE |
0,82 |
14 |
COSERN |
0,82 |
18 |
LIGHT |
0,83 |
19 |
CELESC-DIS |
0,85 |
20 |
CEBDIS |
0,86 |
20 |
CELPE |
0,86 |
22 |
EDP SP |
0,87 |
23 |
COPEL-DIS |
0,88 |
24 |
ENEL SP |
0,89 |
25 |
COELBA |
0,95 |
26 |
RGE |
0,96 |
27 |
RGE SUL |
1,07 |
28 |
ENEL RJ |
1,18 |
29 |
CEEE-D |
1,19 |
30 |
ENEL GO |
1,65 |
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