O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deu mais um passo na investigação que apura a conduta de uma enfermeira que não injetou a vacina contra a Covid-19, na primeira aplicação, em uma idosa de 88 anos, em Goiânia.

De acordo com a titular da 87ª Promotoria de Justiça de Goiânia, Marlene Nunes Freitas Bueno, três pessoas foram ouvidas: a filha da idosa, que filmou a ação, a enfermeira que está sendo investigada, e uma profissional de saúde que atua na vacinação contra a Covid-19.

Segundo a promotora, a enfermeira, que foi afastada das funções depois do caso ganhar repercussão, confirmou que não injetou a vacina na idosa no momento da primeira aplicação, em que apenas furou o braço da idosa.

“Ela confirma que, de fato, não houve a aplicação no primeiro momento. Ela descreve situações ali do ambiente e, naturalmente, essas declarações serão contrastadas, ou seja, serão avaliadas com elementos outros de provas que estão sendo colhidas”, afirma.

Um vídeo publicado nas redes sociais pela filha de Floramy de Oliveira Jordão, de 88 anos, mostra o momento em que a enfermeira apenas fura o braço da idosa com a agulha da seringa, mas não injeta a vacina.

Segundo a promotora, a filha da idosa, que fez a filmagem, disse que fez o vídeo com o objetivo de alertar a população para que fique atenta no momento da vacinação.

“A filha da idosa declarou aquilo que ela já havia publicado nas redes sociais, e que ela o fez para contribuir, alertar aos demais idosos. Não houve nenhum outro objetivo a não ser alertar para que as pessoas acompanhem a vacina”, relata.

Também de acordo com a promotora, foi apurado que há um procedimento padrão para aplicação das vacinas, e um rígido controle do quantitativo das doses.

“Neste momento é importante tranquilizar as pessoas que estão buscando a vacina no sentido de que há, por parte da Secretaria Municipal de Saúde, um procedimento padrão para a proteção das doses no que respeita aquelas que foram aplicadas, o controle de entrada e de término também, bastante sério”, afirma a promotora.

Ainda segundo Marlene Nunes Freitas Bueno, outras pessoas serão ouvidas nos próximos dias, entre elas pessoas que trabalhavam no posto da área 1 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, no Setor Universitário, onde ocorreu o episódio.

“Este procedimento está recebendo prioridade na promotoria a fim de que a realidade do que se passou seja apresentada à sociedade. Então nós estimamos um prazo máximo de 15 dias para o término”, conclui.

A promotora Marlene Nunes Freitas Bueno (Foto: Reprodução/MP-GO)