Com a suspensão do feriado de carnaval e o ponto facultativo que antecede a data, Goiás pode deixar de movimentar R$ 94 milhões. É o que aponta o Estudo das Estimativas de Público e Movimentação Econômica do Observatório do Turismo de Goiás, ligado a Goiás Turismo. O feriado foi suspenso em grande parte das cidades goianas, inclusive Goiânia.

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O estudo levou em consideração a movimentação financeira registrada em 2020, que foi de R$ 90.781.300, em setores vinculados a atividade turística, principalmente alimentos e bebidas, transporte e hospedagem. Além disso, a estimativa também tomou como base o público participante dos eventos do carnaval em 12 cidades goianas onde houve elevado fluxo de turistas nos dias do feriado em função de programação proporcionada pelas prefeituras.

As cidades observadas foram: Goiânia, Cidade de Goiás, Aruanã, Britânia, Goianésia, Pirenópolis, Urutaí, São Simão, Três Ranchos, Caldas Novas, Jaraguá e Buriti Alegre. As informações do fluxo do público nesses municípios foram repassadas pela Policia
Militar de Goiás.

O valor que, segundo a estimativa, Goiás deixará de arrecadar é de R$ 94.683.370,77, corrigido pelo Índice de preço ao consumidor amplo (IPCA). “Representa uma perda significativa, mas nesse momento o mais importante é evitar aglomeração, porque precisamos pensar nas vidas. O carnaval não vai acontecer em nenhum lugar do Brasil no formato que a gente estava acostumado”, afirmou a coordenadora do Observatório do Turismo do Estado de Goiás/Goiás Turismo, Giovanna Adriana Tavares Gomes.

Ela acrescentou ainda que a suspensão do feriado prolongado pode impactar na geração de emprego em Goiás. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o período onde se registra o maior número de contrações em média são os meses de março a julho. Os meses de janeiro e fevereiro também apresenta relevância nesse sentido.

“Com o cancelamento do feriado do carnaval nas cidades do estado e a ausência de eventos nestas localidades é esperado que ocorra uma redução significativa no número de postos de trabalho, principalmente quando pensamos na economia informal. Esse carnaval de rua gera muito valor para quem trabalha de forma informal”, explicou Giovanna.

A coordenadora reforçou que esse prejuízo terá de ser reparado em outro momento. “Nós temos que pensar agora nas vidas. Em seguir os protocolos de biosegurança. Temos que pensar na saúde da comunidade. As pessoas ainda não se vacinaram. Por isso, esse tipo de evento teve de ser cancelado”, afirmou ao destacar que a retomada da economia está acontecendo de forma lenta.

“As pessoas estão se deslocando das suas cidades para destinos próximos, principalmente aos vinculados às atividades da natureza. A gente chama isso de turismo de proximidade. É gradual e lenta essa retomada. Alguns especialistas dizem que só vamos retomar mesmo em 2023”, pontuou.

NO BRASIL

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o Brasil deixará de injetar em sua economia R$ 8,1 bilhões em 2021 com a suspensão do carnaval. Segundo a confederação, esse período é responsável, tradicionalmente, por 30% de todo o faturamento do turismo em fevereiro. A CNC calcula que o segmento já perdeu R$ 261,3 bilhões, entre março e dezembro do ano passado — o equivalente a mais de quatro meses de faturamento. O setor de turismo perdeu cerca de 400 mil vagas formais de trabalho em 2020, em decorrência da crise sanitária.