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Os cursos de Engenharia Civil e Engenharia de Produção estão entre os que podem passar por reformulações até 2030. De acordo com o Mapa do Ensino Superior 2018, as novas tecnologias serão responsáveis por mudanças no modelo de ensino oferecido nesses cursos.

A possibilidade de esse cenário aparecer já tinha sido apontada em estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Baseado em dados do Conselho Nacional de Educação, o balanço, que contém propostas apresentadas aos candidatos à Presidência da República, atenta para a necessidade de alteração no currículo.

Segundo informações do estudo, as instituições de ensino definem as grades curriculares, mas a escolha dos conteúdos normalmente não está diretamente ligada ao perfil que se espera do aluno formado, o que enfraquece a conexão entre aprendizado e prática profissional.

Para a diretora de Inovação da CNI e superintendente nacional do IEL, GiannaSagazio, o engenheiro exerce um papel central na capacidade inovadora de um país. Por isso, essa mudança na estrutura curricular é, na visão dela, fundamental para o aprimoramento da profissão.

“Com a revolução digital que a gente está vivendo, a melhoria no desenvolvimento das habilidades são ações fundamentais para fortalecer a nossa indústria. Acho que é interessante a gente registrar a importância de o Brasil modernizar a base curricular com foco em resultados e na prática.”

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), indicam que o Brasil está entre os países com o menor número de engenheiros. Enquanto Coreia, Rússia e Áustria registravam mais de 20 engenheiros por 10 mil habitantes, o Brasil contava apenas com 4,8, em 2014.

Para o especialista em economia, Cláudio de Moura Castro, sem a qualificação necessária, os profissionais de engenharia não vão se enquadrar no mercado futuramente.

“Essa ideia de que forma mais ou forma menos é uma coisa um pouco relativa. Eu acho que o grande problema não é a quantidade, é a qualidade. Nós formamos engenheiros que ouviram falar de tudo, mas que nunca fizeram nada na escola. Nunca experimentaram, nunca fizeram pesquisa. Não é pesquisa acadêmica, é inventar alguma coisa, desenvolver alguma coisa, desenguiçar alguma coisa.”

De acordo com o Censo da Educação Superior, no Brasil, a cada 175 alunos que ingressam nos cursos superiores de engenharia, apenas 95 concluem.