Pouco mais de 15 dias após os ataques antidemocráticos em Brasília, onde vândalos invadiram e destruíram vários prédios de instituições públicas, uma questão preocupa professores e educadores: como nossas crianças e adolescentes enxergam e entendem questões como política e democracia?

Para o professor e especialista em geopolítica, Norberto Salomão, vivemos um momento de intolerância e ataques à democracia. Segundo ele, entre os deveres do professor está não demonstrar suas opiniões sobre qualquer tema.

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Ouça ““Ensino de política nas escolas já existe, mas precisa ser ampliado”, afirma professor” no Spreaker.

“Não estimular os alunos a participarem de manifestações, atos públicos e passeatas e que a educação moral seja ensinada com base naquela que os pais dos alunos achem a mais correta, é um dos deveres do professor. Mas infelizmente, por detrás desse “nobre ideal” de uma escola imparcial, está uma ideologia extremamente conservadora e ideologicamente castradora”, explica o professor.

No início desta semana o novo ministro da Educação, Camilo Santana, disse que pretende instituir o ensino público integral em todo o país e defendeu o desenvolvimento do debate político e do ensino de política, democracia e direitos humanos nas salas de aula.

“Sou aquele que defende que tudo na vida é uma questão política. Não falo de política partidária. Precisa ser discutida nas escolas, sindicatos, bares e condomínios. A política é que decide o futuro do Brasil. A democracia é você entender que as pessoas pensam diferente”, disse o ministro.

“Por mais que o jovem entenda a importância da política, ela é hoje, pra ele, um espaço institucional muito envelhecido, que abre poucas oportunidades para que ele se manifeste, e que não o representa. Ele não identifica a política institucional, exercida por meio do voto, como um espaço onde de onde virão soluções. Alguns chegam, inclusive, a identificar este como um espaço de onde emanam os problemas”, completou Santana.

Segundo a pesquisa Democracia e Eleições, realizada com cerca de mil jovens de 16 a 34 anos, 62% dos jovens brasileiros tem como principal valor social o combate à fome e à pobreza, além de outras questões como o combate à corrupção (35%), o desemprego (33%), a preservação do meio ambiente (27%). Estes temas tratam do futuro dos jovens e mostra o interesse que eles têm no impacto disso tudo no futuro.

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