ONU/Eskinder DebebeO coordenador especial Nickolay Mladenov falou ao Conselho de Segurança durante o encontro trimestral sobre Oriente Médio

O coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, pediu esta quinta-feira uma investigação sobre as mortes que aconteceram durante a chamada Marcha do Retorno.

O enviado falava ao Conselho de Segurança no encontro trimestral sobre a região. A violência durante a manifestação foi um dos principais temas da reunião.

Protesto

O protesto semanal, que acontece em Gaza junto à fronteira com Israel, começou a 30 de março e deve durar seis semanas, até 15 de maio. Centenas de pessoas já foram feridas nos protestos e 37 morreram, segundo as Nações Unidas.

No seu discurso, Mladenov disse que “Israel deve calibrar o uso da força, minimizar o uso de munição verdadeira” e que “a força letal deve ser usada apenas como último recurso.”

Do lado palestino, o coordenador explicou “que o Hamas e os líderes da manifestação devem manter os manifestantes longe da cerca de Gaza e prevenir todas as ações violentas e provocações.”

Vitimas

No primeiro dia do protesto, a 30 de março, morreram 15 pessoas. No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu uma investigação ao caso.

Mladenov disse que as crianças “estão em grande risco.” Segundo ele, quatro delas foram mortas pelas forças israelitas. Ele reiterou que “civis, em particular crianças, não devem ser postos em perigo ou feitos alvo em qualquer circunstância.”

Conflito

No Conselho, o coordenador especial afirmou que “as tragédias do Oriente Médio são uma ameaça de início de uma nova guerra. ”

Segundo ele, “até a ocupação terminar e uma solução de dois Estados for alcançada através de negociações sérias, com base nas resoluções da ONU, o conflito continuará uma das principais causas de extremismo e uma ameaça persistente para a região. ”

Apesar das dificuldades, Mladenov afirmou que “os desafios são políticos, causados pela ação humana, e por isso podem ser resolvidos.”

Gaza

Sobre a situação em Gaza, o coordenador disse que “é uma injustiça que nenhum homem, mulher ou criança devia ter de suportar. ” Ele acredita que a região “desmorona sob a pressão de uma combinação explosiva de fatores negativos humanitários, políticos e de segurança.”

Os embaixadores dos Estados-membros discutiram ainda outros temas, como o Irão, as próximas eleições no Líbano e as dificuldades de financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa.