Sagres em OFF
Rubens Salomão

Episódio com Braga Netto aumenta união contra voto impresso, a ser enterrado em agosto

Apesar da tentativa de colocar panos quentes, a nota em que o ministro da Defesa Walter Braga Netto nega ameaças golpistas acabou com efeito contrário e o expôs ainda mais. Avaliação de integrantes do centrão, do Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é de que todo o episódio representou um tiro no pé. Resultado: partidos garantem que a articulação para derrotar o voto impresso ficou ainda mais sólida e ganhou suporte popular.

Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” relatou que Braga Netto teria enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no dia 8 de julho, dizendo que, se não for aprovado o voto impresso e “auditável”, não haverá eleições em 2022. Assim como o ministro, Lira também negou que tenha recebido a ameaça. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, ligou para o presidente da Câmara, ouviu do deputado que não houve ameaça, e escreveu em uma rede social que “as instituições estão funcionando”.

O fato é que há, pelo menos, 22 votos para derrotar a proposta da PEC do voto impresso na comissão especial da Câmara. A votação deve ocorrer, depois de idas e vindas até agora, logo após o recesso parlamentar, no começo de agosto. O número de 18 votos já seria suficiente para impedir a continuação da ideia.

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Partidos

A prioridade dos dirigentes de PSDB, DEM, PSD, Solidariedade e MDB é enterrar a discussão sobre o voto impresso na Câmara dos Deputados já no início de agosto. Os partidos se organizam contra a mudanças no sistema eleitoral e reforçaram o posicionamento após as declarações do ministro da Defesa, Braga Netto.

Mercado

O grupo Caoa teve decisão favorável e vai manter o direito de renovar contrato de produção e venda de veículos da Hyundai no Brasil até 2028. A confirmação vem de Frankfurt, na Alemanha, de um tribunal arbitral da Câmara de Comércio Internacional e contraria intenção da marca coreana, que tentava outras alternativas para o mercado brasileiro.

Por aqui

A Hyundai buscava renovações por prazos mais curtos, de dois ou três anos. Desde 2018, o grupo brasileiro mantém a operação por meio de liminares obtidas pela defesa do escritório de advocacia Sergio Bermudes no Tribunal de Justiça de São Paulo.

História

O grupo Caoa foi o primeiro a representar a Hyundai no Brasil e desde 2007 tem uma fábrica em Anápolis, onde são produzidos veículos dessa marca e, mais recentemente, da chinesa Chery.

Negacionismo

A secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, informou que 453 profissionais da rede estadual de educação se recusaram a tomar vacina contra a Covid-19. A declaração ocorreu durante o lançamento dos protocolos para o retorno das aulas presenciais na rede estadual de ensino.

Lamentável

“No caso dos servidores efetivos, não há nada que impeça que continuem (no trabalho), embora eu acredite que seja uma irresponsabilidade muito grande”, afirmou a secretária. A titular da Seduc afirmou que 97,2% dos trabalhadores foram imunizados.

Protesto

Oito cidades goianas devem receber manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste sábado (24). Os manifestantes pedem impeachment, aceleração da vacinação no país, além de ampliação do auxílio emergencial até o fim da pandemia de Covid-19 no país.

Onde?

Além de Goiânia, Anápolis, Cidade de Goiás, Catalão, Aparecida de Goiânia, Jataí, Iporá e Goianésia marcaram manifestações contra o presidente. Este é o quarto ato nacional unificado neste ano contra o presidente. O protesto anterior, realizado no dia 19 de junho, contou com a participação de 60 entidades sindicais, sociais e populares em Goiânia.

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