O Educa Week 2023, maior evento de transformação da educação do Brasil, debateu o papel das escolas na formação de cidadãos sustentáveis. Com o tema O papel da educação na sustentabilidade: como as escolas podem incorporar princípios ESG, o evento reuniu representantes de duas grandes instituições de ensino do país e uma especialista em gestão ambiental para relacionar o ESG – Ambiental, Social e Governança – e a formação escolar.
A Agenda ESG é uma prática comum em startups e empresas de todo o mundo. O ideal de sustentabilidade começou em 1980 quando o estudioso americano Lester Brown falou sobre sustentabilidade, gestão sustentável e questionou que mundo deixaremos para as próximas gerações de um planeta que tem recursos finitos, e em que a capacidade acumular resíduos também é finita.

Para os palestrantes, a questão da sustentabilidade na educação está relacionada com formar cidadãos sustentáveis. Vera Rocha, especialista em ESG e educomunicação do Instituto Jardins da Infância, afirmou que a realidade atual é diferente da de 1980, pois a sustentabilidade era algo distante das pessoas e também das empresas.

“Hoje tenta-se adotar práticas que valem para qualquer lugar, mas na época nem todas as empresas adotavam as mesmas práticas para todos os locais onde elas estavam no mundo”, contou.

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 Educação e sustentabilidade  

De acordo com a especialista, a ONU tenta direcionar a solução dos problemas ambientais com a Agenda 2030. O processo de envolvimento e responsabilização das e da sociedade, segundo Rocha, começou ainda na década de 1980.

“Em 1982 resolveram falar para as pessoas que todos estamos envolvidos e todos fazemos parte do problema e da solução, mas sem deixar de falar que apesar da gente pensar em soluções locais que vão construir a obra global, tudo passaria por política pública”, afirmou.

Formar cidadãos sustentáveis

Tanto a Agenda ESG quanto a Agenda 2023 convocam pessoas e empresas para a transformação da produção e do consumo. Portanto, os palestrantes argumentaram que formar cidadãos sustentáveis é parte da solução para o futuro do planeta.

Lilian Gramorelli é coordenadora pedagógica dos Colégios Maristas e apresentou diversas atividades voltadas à sustentabilidade desenvolvidas na instituição. Gramorelli ressaltou o compromisso das escolas com a formação de cidadãos que transformam o mundo para melhor e o importante papel dos educadores no processo.

“Todas as instituições, mas sobretudo a escola tem que ter esse compromisso de conscientização dos alunos em relação aos vários princípios do ESG. É responsabilidade de cada um e na medida que a gente conseguir isso a gente consegue transformar cada aluno em multiplicador dessa ideia. Então é isso que a gente pretende”, contou.  

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Agenda 2030

Assim como a prática ESG, a Agenda 2030 também é um instrumento pedagógico para formar cidadãos sustentáveis. Nazareno Oliveira, diretor geral da Rede do Colégio Master de Educação, abordou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) como parceiros da educação e enumerou iniciativas da rede sobre consumo sustentável. 

“Nós colocamos energia solar porque o estado é riquíssimo de sol. Tem sol 365 dias do ano lá no Rio Grande do Norte, então nós colocamos energia solar na escola toda. A gente também substituiu agendas pela agenda digital e estamos diminuindo a pegada de carbono”, disse.

Oliveira destacou a necessidade de formar os professores para atender o processo de educação ambiental dos estudantes “Quem engaja os alunos são os professores. Eu tenho professores que engajam os alunos para ir à Praia do Futuro aqui em Fortaleza para recolher o lixo. E eles fazem uma campanha todo ano para recolher o lixo da praia”, disse.

Para Vera Rocha, os ODS são mais adequados para escolas do que o ESG porque eles juntam o Ambiental e o Social. Mesmo assim, ela destacou a importância de trabalhar para empresas com estudantes.

“A questão toda para mim é que a gente evolui, chama empresa, chama cidadãos, mas a gente sempre vai chegar em políticas públicas. Então a gente precisa formar o cidadão que vai atuar com as políticas públicas”, concluiu.  

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