A presidente da Comissão de Direito Médico, Sanitário e Defesa da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Ana Lúcia Amorim, analisou nesta segunda-feira (29), as propostas dos candidatos a prefeito de Goiânia nas eleições 2016 para a área da Saúde.

Em entrevista concedida à rádio 730, durante o programa Cidadania em Destaque apresentado pela jornalista Cecília Barcelos, Ana Amorim destacou as principais queixas com relação à Saúde Pública em Goiânia. “As reclamações são geralmente relacionadas a vagas de UTI, falta de remédios e médicos, além de queixas sobre atendimentos em hospitais, geralmente isso é o que chega pra nós. Não é algo recorrente, mas quando recebemos procuramos dar o encaminhamento.”

Propostas

Com o objetivo de sanar as reclamações da população e melhorar a Saúde Municipal da Capital, os candidatos a prefeito de Goiânia declararam as propostas para a Saúde em entrevistas concedidas à rádio 730.

Adriana Accorsi (PT), por exemplo, defende o fortalecimento ao atendimento básico. “Eu acho que nós temos que fortalecer o atendimento básico. Nós temos muitos equipamentos e muitas unidades de atendimento. Goiânia hoje tem uma responsabilidade muito grande, nós atendemos não só os moradores de Goiânia como também as pessoas que vêm do interior. A capital ela não pode se recusar a atender as pessoas, a capital é onde as pessoas buscam a sua referência. Não podemos deixar de atender, mas tem que haver justiça na distribuição de recursos.”

Embora tenha considerado a fala da candidata como correta, a presidente da Comissão da OAB-GO acredita que Accorsi não conseguirá cumprir a promessa sem a ajuda dos prefeitos de cidades do interior goiano. “A fala da candidata é correta, porém vejo que não depende somente dela cumprir com a fala que ela disse, vai depender também de outros prefeitos de Goiás cumprirem com o atendimento básico, onde governam. Na verdade o ideal é fazer com que os pacientes consigam atendimento em suas respectivas cidades, ideal para a prefeitura de Goiânia que não ficará superlotada e para os pacientes que não teriam que vir para uma cidade onde eles não têm moradia.” analisa.

Djalma Araújo (Rede) defende o cancelamento de contratos de terceirização e de Organizações Sociais (OS). “Pra você ter uma ideia, eu tenho documentos aqui de que a prefeitura de Goiânia gasta com a terceirização da limpeza, do espaço lá da Saúde, R$ 56 milhões com a terceirização da limpeza em quatro anos. O contrato do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idetch) avaliado em R$ 96 milhões, também será rescindido.”

Com relação às terceirizações, Ana Lúcia Amorim ressalta que a população está mais preocupada com a qualidade do serviço prestado. “Em minha opinião enquanto representante da Ordem se ele caso seja eleito rescinda os contratos com as Organizações Sociais e a população aprovar a prestação dos serviços eu acho que a OAB-GO não deve se manifestar. Com relação as OS a nossa preocupação maior é verificar se o contrato está de acordo com a lei e se o serviço está sendo prestado devidamente.”

Ao contrário de Djalma Araújo, Francisco Júnior (PSD) defende o uso de Organizações Sociais na área da Saúde, além do atendimento 24 horas nas unidades. “Garantir o atendimento 24 horas em todas as regiões da cidade. Eu defendo que a gente tenha Unidades Básicas de Saúde (UBS) por toda a cidade, precisamos converter os CAIS em UBS, melhorar e ampliar o serviço. Com relação as OS eu não descarto a atuação delas, pois elas têm tido um bom resultado, mas eu também não imagino que elas têm que ser a gestão total do sistema.”

Para a presidente da Comissão da OAB, o discurso de Francisco Júnior é um pouco mais moderado do que o de Djalma Araújo. “É um discurso mais moderado. A questão do atendimento 24 horas eu vejo como salutar, o importante é que as unidades de saúde deem conta do recado e não empurrem as pessoas para grandes hospitais. É importante que cada unidade cumpra o seu papel para que não haja superlotação.”

O candidato Flávio Sofiati (PSOL) defendeu o atendimento primário na saúde. “Nós vamos viabilizar um bom atendimento na perspectiva da promoção e prevenção. A ideia é pensar as regiões da cidade na perspectiva de ter um planejamento a médio e longo prazo que não cuide da doença, porque hoje a nossa perspectiva é pensar doença. A gente quer a prevenção e promoção da saúde.”

Segundo Ana Lúcia Amorim a prevenção é de extrema importância e não depende só do candidato a prefeito. “Apesar de não ser uma novidade, é importante que isso seja feito e com qualidade. A prevenção e a promoção da saúde são de extrema importância para evitar doenças e problemas relacionados à Previdência Social. E não depende só do candidato a prefeito. As vacinas vêm da União, o município faz apenas a aplicação das vacinas. “

Já as propostas do candidato Vanderlan Cardoso (PSB), têm como cerne a saúde da família e a saúde bucal”.” A saúde eu encaro como investimento nunca como despesa. Na saúde bucal vamos fazer um tratamento especial através do Centro de Especialidades Odontológicas. “São compromissos nossos o programa saúde da família, os prontos-socorros, as Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e o Centro de Especialidades Médicas Odontológicas e Fisioterapia.”

Ao analisar a proposta de Vanderlan, a representante da Ordem destacou como ponto principal a saúde bucal. “Somos um país de desdentados e as pessoas não têm acesso à saúde pública bucal. A questão da saúde bucal merece atenção porque infelizmente é muito deficitária.”

Os candidatos Iris Rezende (PMDB) e Delegado Waldir (PR) não apresentaram propostas direcionadas à Saúde durante as entrevistas concedidas à rádio 730.

 

Ouça a entrevista completa:

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