O indicador de antecedente de emprego da Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu de 42,9 para 39,7 pontos. Essa é a maior queda mensal e o menor nível do indicador na série histórica, iniciada em 2008. Para explicar sobre esse indicador o Manhã Sagres desta terça-feira (12) conversou com o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Rodolpho Tobler.

Segundo o economista o indicador é feito mensalmente e é uma agregação de algumas séries coletadas junto a empresários e consumidores para entender a dinâmica do mercado de trabalho. As perguntas são qualitativas e questiona a expectativa de contratação das industrias e dos serviços.

No indicador deste mês, Rodolfo ressalta que foi observada a maior queda da história. Até o então, outubro de 2015 levava o título de menor indicador com 60 pontos. O índice atual fica 20 pontos abaixo do mínimo anterior, que segundo Rodolfo, mostra que o mês de abril deste ano trouxe muita cautela e preocupação aos empresários e consumidores.

O economista explica a influência da pandemia no indicador de antecedente de emprego desde março. Segundo ele, o mês não foi muito atingido porque os isolamentos sociais foram decretados apenas a partir da metade de março. Contudo, abril já iniciou com várias restrições governamentais, o que refletiu no mercado de trabalho.

Rodolfo pontua que o indicador não é uma certeza sobre a situação do mercado de trabalho para os próximos meses, mas traz fortes indícios do aumento no número de desempregos. “A partir de abril vamos ver um impacto mais negativo nesses indicadores do mercado de trabalho”.

Para se ter noção de quão grande foi a queda, o economista da FGV conta que o indicador de janeiro deste ano era de 92,3 pontos. Segundo ele, os índices já vinham caindo, uma vez que um bom índice deve estar acima dos 100 pontos. Ele destaca ainda que já se observava que o país lutava para uma reestruturação lenta do mercado de trabalho, trazendo um grande número de informalidade no Brasil.