Uma das maiores realizações do brasileiro, a casa própria é, para muitos, a melhor maneira de se ver livre do aluguel. Mas essa conquista do imóvel significa mesmo garanta de segurança para o bolso? Para o vice-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Wilson César Rascovit, depende da situação de cada comprador, e verificar a própria situação econômica antes de fechar o negócio. Assista a seguir a partir de 01:13:00

”Para um assalariado, muitas vezes compensa ele ter a sua casa própria para evitar de ficar pagando aluguel. Mas muitas vezes não compensa entrar em um financiamento para uma pessoa que é um profissional liberal, um comerciante que se utiliza de certa quantidade de dinheiro para fazer capital de giro, ou seja, fazer mais dinheiro”, analisa.

Uma das preocupações do mercado é, sem dúvida, com a inadimplência. Como os financiamentos costumam ser feitos a longo prazo, é preciso observar se haverá condições de honrar com este compromisso.

”Dependendo da condição econômica, muitas vezes aquele mutuário não vai conseguir. Em alguns casos, por exemplo, tem que dar 20% de entrada. Ele tem esses 20% de entrada? Tem FGTS? Então, nesses casos, teria mesmo que ficar pagando aluguel”, avalia.

Outra preocupação na hora de avaliar se compensa adquirir um imóvel em relação a pagar aluguel são os juros. Wilson César Rascovit orienta como fazer para tentar fugir desse vilão dos financiamentos.

”Você tem um financiamento de 30 anos pagando 10% de juros ao ano. Ou seja, vai ser 300% que ele vai pagar sobre o imóvel, três vezes o valor daquele imóvel. Muitas vezes aquele consumidor tem FGTS, tem salário e desse salário sobra uma determinada quantia. É onde, em vez de fazer o financiamento de 30 anos, ele consegue amortizar isso em 15 anos ou menos. Ou seja, ele pode utilizar a cada 2 anos o FGTS, pegar o dinheiro que está sobrando a cada seis ou 12 meses e faz a amortização extraordinária. Levando isso em consideração, em vez de pagar 300%, vai pagar só 100%”, calcula.