(Foto: Jéssica Dias/Sagres On)

O debate do programa “Super Sábado”, de hoje (22), teve como tema a simbologia da Celebração de Corpus Christi e a importância que cada segmento religioso atribui a este importante momento da história que consolidou os valores da Igreja Católica para os países ocidentais.

Na apresentação de Vinicius Tondolo, estiveram em nossos estúdios para discutir o tema o jornalista e professor de Ciência da Religião, Luiz Signates, o missionário redentorista, jornalista e vigário do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno de Trindade, Padre Welinton Silva e a educadora, Mônica Fernanda.

“Corpus Christi”, em latim, significa “corpo de Cristo”. Trata-se de uma festa católica que celebra o milagre da transubstanciação, isto é, a materialização da fé onde o Pão e o Vinho, representam o corpo e o sangue de Cristo. Para o catolicismo, Cristo se transforma no pão (a hóstia), que se torna seu corpo, assim como o vinho se converte em seu sangue. A festa era uma das mais pomposas procissões católicas em Portugal e foi trazida para o Brasil pelos colonizadores, no século 16.

Este período, para evangélicos e seguidores da doutrina espírita, não representa um momento importante para a renovação da fé. No entanto, este período é utilizado para desenvolver atividades que promovam a caridade.

tapete corpus christi 2019 vinicius tondolo

(Foto: Vinicius Tondolo/Sagres On)

Um dos grandes símbolos deste período é o costume de enfeitar as ruas por onde passará a procissão com um tapete desenhado com serragem tingida, areia e grãos. Este tapete é um grande mosaico com símbolos cristãos, locais e nacionais, compondo uma obra de arte que dura apenas o período da passagem dos participantes.

História

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. O papa Urbano IV, na época o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Por volta de 1264, em uma cidade próxima a Orvieto (onde o já então papa Urbano IV tinha sua corte), chamada Bolsena, ocorreu o Milagre de Bolsena, em que um sacerdote celebrante da Santa Missa, no momento de partir a Sagrada Hóstia, teria visto sair dela sangue, que empapou o corporal (pano onde se apoiam o cálice e a patena durante a Missa).

O papa determinou que os objetos milagrosos fossem trazidos para Orvieto em grande procissão em 19 de junho de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico de que se tem notícia. A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus em 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o Meu corpo… isto é o Meu sangue… fazei isto em memória de mim”. Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho.

Em 2019

Cerca de 15 mil pessoas se reuniram na última quinta-feira (21) para celebrar o Corpus Christi, na Praça Cívica, região central de Goiânia. A solenidade contou com a participação de mais de 40 paróquias e durante a Santa Missa, o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, destacou a necessidade de busca da simplicidade e o incentivo a doações.

Na edição de 2019, o evento contou com a participação de autoridades como o prefeito Iris Rezende (MDB), secretários municipais e vereadores, além de secretários estaduais. O secretário de Governo, Ernesto Roller (MDB) representou o governador Ronaldo Caiado (DEM). O prefeito aproveitou a ocasião para sancionar a lei que insere a celebração de Corpus Christi como parte do calendário oficial da capital e um feriado municipal.