Na edição de segunda-feira (16) do programa Tom Maior, o foco foi o tema que domina o começo da semana para muitos brasileiros: o emagrecimento saudável. Para esclarecer mitos e verdades sobre o assunto, o programa recebeu a nutricionista Paula Toscano e o educador físico Cleverton Fontes, que explicaram como perder gordura corporal de forma sustentável e sem cair nas armadilhas comuns disseminadas nas redes sociais.
Logo no início do bate-papo, Paula alertou para um erro recorrente entre quem tenta emagrecer: o consumo exagerado de alimentos rotulados como “light” ou “zero”. “Quando a gente vê que um produto é light ou zero, muitas vezes acaba exagerando, dá aquela permissão: ‘Ah, já que é light, eu posso comer um pouquinho mais’. E aí o efeito pode ser o contrário do esperado”, explicou a nutricionista. Ela acrescentou que esses produtos podem ser incluídos na alimentação, mas de forma estratégica e moderada.
Outro ponto debatido foi a velha dúvida entre aeróbico e musculação. Segundo Cleverton, a ideia de que só o exercício aeróbico emagrece é ultrapassada. “A musculação é primordial. Se você treina só o aeróbico e perde peso na balança, isso provavelmente foi um processo de desidratação. Emagrecimento real é perder gordura e ganhar massa muscular”, afirmou.
Ele explicou ainda que o ideal é aliar musculação a exercícios aeróbicos de alta intensidade. “Esse tipo de treino, feito por 15 a 20 minutos, estimula a produção de GH e testosterona, que são hormônios essenciais para o ganho de massa muscular.” A definição de “emagrecer” também precisa ser revista, segundo Paula.
“Muita gente se apega ao número da balança, mas esse número pode enganar. O que importa é reduzir o percentual de gordura e aumentar a massa magra. É isso que garante saúde e manutenção a longo prazo”, destacou. Outro conceito fundamental para o processo de emagrecimento é o déficit calórico.
“Não tem como emagrecer sem déficit calórico. Mas isso não quer dizer cortar grupos alimentares inteiros. É possível consumir menos calorias com inteligência, sem passar fome e mantendo uma alimentação equilibrada”, disse Paula. A nutricionista também criticou a restrição exagerada de carboidratos, comum em muitas dietas feitas sem orientação.
“As pessoas têm pavor de carboidrato, acham que ele incha. Mas cortar totalmente esse nutriente afeta o rendimento nos treinos, a energia e a massa magra. Isso desanima e, muitas vezes, leva à compulsão depois.” Cleverton complementou com uma informação técnica importante sobre os padrões corporais.
“A circunferência abdominal ideal para brasileiros não é a mesma dos padrões europeus. Para homens, o ideal é abaixo de 90 centímetros; para mulheres, abaixo de 80. Acima disso, já há aumento do risco para doenças como pressão alta e AVC”, alertou.
Sobre o tempo necessário para treinar, o educador físico trouxe uma boa notícia para quem vive na correria: treinos curtos podem, sim, ser eficazes — desde que bem planejados. “Se a pessoa já passou pela fase de adaptação e está em nível de treinamento, treinos intensos de 25 minutos com quatro exercícios podem funcionar muito bem.”
Mas ele faz uma ressalva importante: “Para quem está começando, não adianta querer pular etapas. Primeiro é preciso sair do sedentarismo, depois se adaptar ao exercício físico e, só então, avançar para o treinamento intenso. Cada fase tem seu tempo.”
Cleverton também desmistificou a ideia de que se deve treinar todos os dias para ter resultado. “O ideal é treinar três vezes por semana, intercalando com dias de descanso. O corpo melhora justamente no repouso. Essa recuperação é parte fundamental do processo, chamada de supercompensação.”
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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