Em entrevista à Rádio 730 nesta sexta-feira (5), o presidente regional do PSDB, Daniel Goulart, demonstrou insatisfação com o nível de participação da executiva goiana na esfera nacional. “Esperamos que o partido, em nível nacional, possa nos ouvir mais”, reclamou o deputado estadual, argumentando: “Nosso estilo de fazer política está sendo aprovado”.

 

Para Goulart, a terceira eleição do senador Marconi Perillo (PSDB) para o governo de Goiás comprova o sucesso do estilo de fazer política do PSDB goiano. “É um estilo forte, mas que tem bons projetos”, definiu. O presidente regional sugeriu que a bancada tucana no Congresso faça “oposição pra valer”, consistente, mas responsável. “Essa é a grande falha do meu partido no Congresso”, criticou.

Um dos ex-coordenadores da campanha de Marconi ao governo, Goulart adiantou, no entanto, que o próximo governador vai procurar manter com a presidenta Dilma Rousseff uma relação melhor do que teve com Luiz Inácio Lula da Silva, ambos petistas. “Governos precisam fazer parcerias com a União para resolver seus principais gargalos; seria uma irresponsabilidade colocar os interesses partidários acima do Estado”, destacou.

Em nível estadual, Goulart afirmou que Marconi trabalha para montar um “governo de coalização”, como teria feito em 1999. Coincidência ou não, o deputado estadual teceu elogios a dois adversários eleitorais: o peemedebista Iris Rezende, uma “liderança forte, respeitada e que tem uma história muito positiva no Estado”, e o republicano Vanderlan Cardoso, “excelente prefeito de Senador Canedo, uma liderança nova”.

Sobre a derrota de Marconi em municípios importantes do Estado, como Aparecida de Goiânia, o deputado estadual revelou que devem ser realizadas pesquisas qualitativas para identificar “o que está no subconsciente do aparecidense”. Ao contrário de Anápolis, onde o tucano tem boa aceitação, a capital também preocupa: “Eleição em Goiânia tem sido desastrosa para nós”. Nesse caso, de acordo com ele, há um “longo caminho a ser percorrido”.

Em relação a seu futuro político, Goulart ressaltou que ainda não sabe se vai participar do governo Marconi Perillo — embora seu nome esteja cotado para assumir postos-chave, como a Agência Goiana de Comunicação (Agecom). Seu mandato à frente do PSDB regional foi prorrogado até abril de 2011, quando, segundo ele, vai decidir se pleiteia novamente a presidência.

Goulart comentou, por fim, o “caso Verus” — prisão de funcionários e diretor do instituto de pesquisa, em Anápolis, a poucos dias do segundo turno eleitoral, por suposta compra de votos. O parlamentar explicou que a denúncia foi baseada em uma mensagem recebida pelo Twitter, dando conta de que eleitores estariam sendo induzido a votar no candidato Iris Rezende.

Um dos indícios de irregularidades apontado por ele é que o dinheiro entregue — de praxe — ao final do procedimento estaria dentro de um envelope vermelho, cor da campanha adversária. Mesmo diante da manifestação de várias entidades e pesquisadores da área a favor do Verus, Goulart defendeu uma “investigação profunda” do episódio. “Não sei se tenho legitimidade para pedir a retirada da denúncia”, argumentou.