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O governo de Goiás comunicou a Caixa Econômica Federal que não vai mais levar adiante o empréstimo de mais de R$ 510 milhões que estava em andamento e que causou forte reação de três dos quatro pré-candidatos da oposição nos últimos dias.

Em ofício datado do dia 6, o governo justifica sua decisão alegando que “as condições apresentadas oneram os cofres públicos, comprometem o FPE (Fundo de Participação dos Estados) e impedem contratações futuras já em andamento”.

A exigência: “400% do montante contrato em depósito e aplicações na instituição; 200% do Fundo de Participação dos Estados como garantia; juros de 0,91% ao mês; e comissão de 2% sobre o valor.”

O governo argumenta ainda que as negociações foram iniciadas em meados de 2017, porém só na quinta, 5, a proposta da instituição foi formalizada. Os financiamentos solicitados eram de R$ 510 milhões para obras (Agetop) e R$ 94,144 milhões para saneamento.

De manhã, o governador José Eliton admitiu que o ambiente político influenciou na decisão do Estado, mas enfatizou o caráter técnico da decisão. E afirmou: “Não vamos tratar de nenhuma operação no período eleitoral.”

O assunto ganhou espaço na discussão política quando o pré-candidato a governador do DEM, senador Ronaldo Caiado, conseguiu aprovar nas Comissões de Constituição e Justiça e Assuntos Econômicos requerimento convocando o ministro da Fazenda e o presidente da Caixa para darem explicações sobre o empréstimo.

Em seguida, falando à Sagres 730, o pré-candidato do MDB, deputado federal Daniel Vilela, elogiou a iniciativa e propôs que todos os pré-candidatos encaminhem juntos um ofício à Caixa alertado para o desajuste fiscal do Estado. Weslei Garcia, do Psol, também à Sagres, também criticou o empréstimo, mas se negou a assinar documento em conjunto com Caiado e Eliton.

Segundo o secretário da Fazenda, Manoel Xavier Ferreira Filho, o próprio interesse da Caixa joga por terra o argumento da oposição de falência das finanças do governo. “A proposta é prova cabal de que o Estado cumpre com suas obrigações”, disse, ao lado do governador.

“Não vou comprometer o futuro do Estado com operação que foge ao parâmetro racional”, enfatizou José Eliton, reforçando as condições negativas do empréstimo oferecido pela Caixa ao governo de Goiás.

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