A alta da inflação, as festas de fim de ano e os tributos que devem ser pagos logo no início de janeiro podem levar muitas famílias ao desespero. De acordo com o Banco Central, o nível de endividamento das famílias subiu, em 2020, de 44% para 49,4%, em 2021. Esse é o maior percentual da série histórica iniciada em 2005. Sobre o assunto, a economista e educadora financeira Juliana Barbosa argumenta que a sociedade brasileira está longe de ser financeiramente educada.

“A gente sabe que a longevidade vai chegar, assim como o momento de se aposentar. A gente está muito longe de ter uma sociedade educada financeiramente. É importante levar essa questão da educação financeira para as pessoas desde pequenas, em casa, na escola, dentro das empresas também. São assuntos que precisam ser abordados diariamente”, afirma a economista.

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Segundo Juliana, em alguns casos, o salário de um trabalhador, por exemplo, passa a ser uma espécie de problema, ao invés de solução. “O que é para ser um benefício, às vezes se torna um problema por conta do endividamento”, argumenta.

Planejamento financeiro

Para evitar que as dívidas consumam todo o dinheiro, é importante que seja feito um planejamento financeiro. “A gente começa o no cheio de expectativas e ao longo do ano cometemos alguns excessos. Depois vem Réveillon, a gente quer viajar, e esquece que janeiro vai chegar, um mês temos muita despesa acumulada. É material escolar, IPVA, IPTU”, ressalta Juliana Barbosa.Estado projeta 2022 positivo para economia em Goiás, mesmo com Ômicron e eleições

Neste caso, a orientação da economista é de que as pessoas sentem à mesa e coloquem na ponta do lápis todos os ganhos e despesas. “Planejamento financeiro é sentar e organizar a vida financeira, saber quanto ganha, quanto gasta, entender como está a realidade e, aí sim, conseguir idealizar o ano”, reforça.

Dentro disso, as pessoas também devem fazer um balanço sobre quais contas ou dívidas são mais urgentes. “Saber o que deve ser pago à vista ou a prazo, se dá para recorrer a uma linha de crédito. Tudo isso deve ser pensado com muita cautela, mas com planejamento”, enfatiza Juliana.

Principais erros

Conforme a economista, os principais erros das pessoas são: não guardar parte do 13º salário e gastar todo o dinheiro com presentes de Natal; não ter uma reserva financeira voltada para imprevistos; realizar todas as compras de forma parcelada; entrar no rotativo do cartão de crédito.

“Se você entrou o ano zerado e não conseguiu guardar nada, recorrer a empréstimo para pagar IPTU à vista não compensa. Nessa situação, você deve pagar parcelado para não se enforcar”, comentou Juliana Barbosa.

Como se organizar?

“Primeiro, a gente precisa economizar. Educação financeira é para que a gente aprenda a lidar com nossos recursos. Então, olhou para o orçamento e viu a oportunidade de economizar, cortar gastos, é com esse dinheiro que você vai economizar e começar a montar sua reserva”, conta a educadora financeira.

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