Economicamente, Goiás deve ter um 2022 muito melhor que 2021 e 2020. Pelo menos essa é a expectativa do governo estadual. Em entrevista à Sagres, o secretário de Industria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant’Anna Braga Filho, afirma que fatores como a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na véspera de Natal, foram determinantes para a projeção.

Leia também:

“O governo Ronaldo Caiado fez o dever de casa, fez o equilíbrio fiscal, tanto que Goiás foi o primeiro Estado brasileiro que assinou no dia 24 [de dezembro] o Regime de Recuperação Fiscal. Com isso, o Estado entra em uma nova fase, dando segurança aqueles que já estavam investindo em Goiás”, afirma. “Vamos agora ter uma folga na dívida para podermos investir na infraestrutura que tanto o Estado precisa”, complementa o secretário.

Outro fator positivo para as projeções é o agronegócio. Só a agropecuária goiana deve fechar o ano com desempenho expressivo nos principais indicadores do setor. Estimativa para o Valor Bruto de Produção (VBP) de Goiás é de R$ 97,8 bilhões, número que mantém o Estado na sexta posição entre as unidades federativas, e responde por 8,8% do VBP nacional. O resultado representa um crescimento de 15,2% em relação a 2020, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Pandemia e eleições

Questionado sobre a influência da nova variante Ômicron na economia e o fato de 2022 ser um ano eleitoral, Joel Sant’Anna argumentou que o agronegócio pode, mais uma vez, ser o principal pilar da economia no Estado.

“O agronegócio, além da nossa indústria, foi uma grande mola que nos sustentou durante a pandemia. O dólar estar em alta, que para algumas áreas é prejudicial, mas para as nossas exportações batemos recordes esse ano. Goiás exportou R$ 9 bilhões esse ano em saldo positivo”, destaca o secretário.

No entanto, a falta de insumos tem sido o maior problema enfrentado pela indústria. “Temos uma demanda reprimida que, no mundo todo por conta da pandemia, causou uma problemática na questão de insumos. Estamos com um problema de insumos, cuja reposição ainda não foi atingida no seu limite pré-pandemia”, reforça Joel Sant’Anna.

Um exemplo de segmento que sofre com a falta de insumos é o setor automobilístico. “Temos conversado com todos os revendedores e fabricantes de carros em Goiás. Tem concessionária goiana que está com seis meses de lista de espera”, analisa o secretário.

E-commerce

O secretário revelou que o próximo ano também será decisivo para um setor que vem crescendo, principalmente após a chegada da pandemia: o e-commerce. Segundo Joel Sant’Anna Braga Filho, Goiás possui uma posição geograficamente privilegiada para investimentos e distribuição de produtos comprados em lojas pela internet.

“Temos uma logística privilegiada que atingimos rapidamente grande parte do Brasil. O e-commerce é um projeto novo. O governador nos colocou para estudar essa matéria”, afirma.

A expectativa é de que investimentos nessa área resultem em maior geração de emprego e renda. “Vamos conseguir uma nova arrecadação para o Estado que não existe hoje, porque essas empresas não distribuem de Goiás. Queremos atrair a Amazon, Magazine Luiza já está aqui mas não distribui a partir daqui porque não tem esse incentivo. Queremos também a Mercado Livre, Americanas, a rede de farmácias Pague Menos, a Hering”, conclui.

Assista à entrevista na íntegra:

Leia mais: