Terminar um namoro ou se aborrecer no trabalho, por exemplo, são situações que podem desencadear uma crise, que pode resultar em problemas na pele como o surgimento de acnes ou alergias. É a influência do estresse sobre o maior órgão do corpo humano, a pele.

“Tanto o sistema nervoso quanto a pele tem o mesmo período de formação durante a gestão, então por isso acredita-se que haja essa correlação muito próxima”, afirma a dermatologista Lana Bezerra, em entrevista à Sagres TV nesta terça-feira (13).

Além de aumentar o risco de episódios cardiovasculares, como pressão alta e infarto, o estresse também pode prejudicar a pele, pois o excesso de cortisol (um dos hormônios ligados ao estresse) é capaz de afetar o sistema imunológico e provocar ou agravar uma série de enfermidades.

No entanto, segundo Lana Bezerra, ainda não há estudos que comprovem uma correlação entre o estresse e a pele. Em tempos de pandemia, o simples uso de máscara, proteção indispensável contra a Covid-19, já pode causar irritação na região do rosto próxima à boca e nariz.

“Você abafa a região, aumenta a bactéria da boca na pele, acaba aumentando mais a acne. Tem sido muito comum o surgimento de acne por causa da máscara. Também é comum a piora das doenças pré-existentes como psoríase e vitiligo, por causa da ansiedade”, afirma.

Banho

Um dos hábitos nada recomendados pela dermatologista é o uso de bucha durante o banho. A exceção, segundo Lana Bezerra, são os pés. A especialista afirma que esponjas são ótimas para acúmulo de sujeira, bactérias e fungos. Além disso, o tempo no chuveiro deve ser reduzido e com a água em temperaturas amenas.

“A maioria das pessoas tem costume de tomar banho e usar bucha, excesso de sabão. O banho tem que ser rápido, não pode ser tão demorado, banho frio para morno, sem bucha, de preferência usar bucha só nos pés ou calcanhares que tenham uma sujeira maior”, esclarece.

Filtro solar

Segundo Lana Bezerra, mesmo em tempo de isolamento social e pouca exposição ao sol, deve-se manter o uso do protetor solar.

“As pessoas acham que por não estarem se expondo diretamente ao sol como em praias e clubes, acham que no dia a dia como em Goiânia que é muito quente, tem que usar filtro solar. O hábito de usar filtro solar tem que ser diário e frequente. Deve ser feito o uso pela manhã, reaplicar três horas depois, mais ou menos na hora do almoço, e também à tarde. No dia a dia a gente acaba tomando sol de forma indireta, seja no carro, atravessando a rua, ou até mesmo o efeito dessas luzes de computador”, orienta.

Conheça as doenças de pele mais comuns que podem piorar por causa do estresse:

  • Dermatite Atópica: Processo inflamatório que causa lesões avermelhadas na pele que coçam muito e podem descamar. Pode estar relacionada a doenças como bronquite, asma e rinite. Estresse e tensão emocional, além de frio intenso, ambientes muito secos, tecidos de lã, calor e transpiração são gatilhos das crises.

  • Psoríase: Doença inflamatória crônica caracterizada por escamas e manchas secas, que geralmente se formam nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Em 30% dos casos, é provocada por fator genético. A psoríase é agravada principalmente por estresse, exposição ao frio e álcool.

  • Urticária: Irritação cutânea que pode surgir de repente em qualquer região do corpo. Pode ser aguda, quando dura menos do que 6 semanas e não deixa cicatrizes, ou crônica, quando permanece por um longo período, podendo durar meses ou anos. O estresse não é a causa principal da urticária, mas ele pode piorar os sintomas.

  • Vitiligo: Redução ou falta de melanina (pigmento que dá cor à pele) em diversas regiões do corpo, onde surgem manchas brancas. O estresse é um fator comum em pacientes com vitiligo, podendo desencadear o início da doença caso a pessoa já tenha predisposição genética.

Assista à entrevista a seguir no STM #118