Dinheiro é assunto sério, mas quem disse que é só para adultos? Cada vez mais se fala da importância da educação financeira para crianças e adolescentes, para que no futuro se tornem adultos responsáveis financeiramente, bons poupadores e investidores.

O economista Luiz Carlos Ongaratto avalia que a falta de discussão sobre economia com os mais jovens em casa começa exatamente pelos adultos.

“Apesar de ainda ser um tabu para as famílias dentro de casa, porque a gente sabe que grande parte das famílias aqui no Brasil não tem o hábito ou cultura, ou mesmo não tem as finanças em dia, acaba sendo um tema relevante mas não é tratado como deveria ser dentro de casa”, afirma.

Segundo Ongaratto, culturalmente os brasileiros não falam sobre economia na infância, por acreditar brincadeiras e finanças não combinam nesta fase da vida, e esperam que a escola o faça.

“É muito o ‘eu aprendi depois de adulto, então a criança tem que brincar’. É uma questão de não tratar assuntos sérios dentro de casa, até mesmo educação cidadã, por exemplo, por uma compensação de não ter momentos de qualidade com seus filhos. Aí você só quer ter aquele momento de lazer, e deixa a economia de lado, que é de responsabilidade não da escola sozinha, mas de cada familiar, pai, mãe ou responsável daquela criança e sua formação”, explica.

De fato, incluir o assunto no dia a dia dos pequenos não é tarefa fácil. É preciso fazê-lo de forma leve e compreensível. Ongaratto afirma que economia deve fazer parte da rotina de crianças e adolescentes como já acontece com as lições de casa, por exemplo.

“Teria que fluir naturalmente como algo a mais a ser estudado, como uma obrigação. A gente deixa essas tarefinhas de casa de lado. Já tem pressão para as crianças na escola. Quando a gente fala de finanças, de economia para crianças, tem que ser através de alguns comportamentos que a gente faz em casa com elas para elas vivenciarem algumas experiências dentro dessa linha de conduta”, complementa.

Confira a entrevista a seguir no STM #118